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IBAMA DEFINE ESTRATÉGIA
PARA TORNAR SUSTENTÁVEL A PESCA DO
PARGO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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(16.5.05) - O ministério
do Meio Ambiente irá prorrogar por sessenta
dias o prazo de validade da Instrução
Normativa 06/2005 que define em 33 centímetros
o tamanho mínimo de captura do pargo (Lutjanus
purpureus) no litoral das regiões Norte e
Nordeste do Brasil. A iniciativa faz parte da estratégia
da área ambiental do governo de conseguir,
gradativamente, levar o setor pesqueiro a adotar
futuramente o tamanho mínimo de quarenta
e um centímetros, considerado ideal para
a manutenção dos estoques do pargo
no litoral brasileiro. A meta do governo inclui
ainda adoção de uma série de
medidas técnicas a serem definidas em conjunto
com o setor e com a participação do
Ministério Público Federal.
Em 2005, por iniciativa do Ibama, o pargo teve,
pela primeira vez, a sua pesca suspensa durante
o período de reprodução da
espécie. O defeso do pargo durou entre janeiro
e março e foi um marco na gestão do
recurso natural.
Além do defeso, o Ibama também reduziu
para cento e noventa e quatro o número de
embarcações autorizadas a pescar o
pargo entre os estados do Amapá, Piauí,
Maranhão, Pará e Ceará. O tamanho
dos anzóis e das malhas utilizados na captura
do peixe também foram definidos em lei.
"Todos os aspectos ligados à pesca do
pargo são exaustivamente negociados e acordados
com os representantes do setor pesqueiro, formado
por indústrias, associações
de pescadores, governo e a comunidade científica",
esclareceu Rômulo Mello, diretor de Fauna
e Recursos Pesqueiros do Ibama. "O cumprimento
dos acordos é fundamental para a gestão
sustentável dos recursos naturais",
disse ele.
Ibama buscará
apoio do Ministério Público Federal
Segundo o diretor,
a prorrogação da instrução
normativa dará prazo ao governo para discutir
e definir juntamente com o setor pesqueiro um Termo
de Ajuste de Conduta - TAC . O documento a ser assinado
por todos os representantes do setor garantirá
o cumprimento das medidas técnicas consideradas
fundamentais pelos especialistas para garantir o
recurso pesqueiro para as futuras gerações.
A pedido do Ibama, o TAC relativo ao pargo será
acompanhado pelo Ministério Público
Federal. Para ele, as decisões sobre o futuro
dos recursos pesqueiros é uma responsabilidade
de toda a sociedade.
Gestão do
pargo está sendo tentada há 25 anos
Os primeiros indícios
de sobrepesca do pargo no Brasil surgiram na década
de 80. O sinal amarelo alertou os especialistas.
Ao detectar o excesso de captura do pargo o governo
passou a adotar uma série de critérios
técnicos para garantir a sustentabilidade
da atividade, considerada uma das quatro mais importantes
do Norte/Nordeste do país. Perde apenas para
a pesca da lagosta, do camarão e da piramutada.
Entre as medidas de proteção ao pargo
adotadas em 1984, estava a adoção
do tamanho mínio de quarenta e três
centímetros para a captura da espécie.
Todavia, a falta de fiscalização e
de participação do setor envolvido
diretamente na pesca do pargo empurraram a espécie
para uma situação de risco. Desde
então, o governo vem tentando agregar todo
o setor na tentativa de se chegar a um acordo que
garanta sobrevivência da espécie e
da atividade econômica que está associada
a ele.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Jaime Gesisky)