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PRESIDENTE FALA SOBRE OPERAÇÃO
CURUPIRA NA CPI DA BIOPIRATARIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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(14.06.05) – O presidente
do Ibama, Marcus Barros, faz apresentação
hoje sobre a Operação Curupira na
Comissão Parlamentar de Inquerito da Biopirataria.
O presidente do Ibama foi convidado pela CPI, a
pedido do relator Sarney Filho (PV – MA). Além
de Barros, o interventor do Ibama no Mato Grosso,
Elielson Ayres, e o diretor de Proteção
Ambiental, Flávio Montiel, também
falarão com os deputados. A sessão
está marcada para às16h.
A Operação Curupira, criada pelo Ibama
e pela Polícia Federal para Combater o desmatamento
e a exploração florestal ilegais na
Amazônia, desmontou esquema de fraude e corrupção
envolvendo funcionários públicos e
madereiros no Mato Grosso e em outros estados (Rondônia
e Pará). A ação é parte
da implementação do Plano de Prevenção
e Controle do Desmatamento da Amazônia, lançado
pelo Presidente Lula em março de 2004.
O Ibama está
auditando todos os planos de manejo florestal em
vigor e autorizações para desmatamento
concedidas, suspendeu até 1 de julho o fornecimento
de autorizações para transporte de
produtos florestais (ATPF) e descredenciou todos
os servidores que operavam sistemas de controle
no Ibama/MT. A gerência executiva no estado
está sob intervenção até
agosto.
O Ibama, a Polícia
Federal e o Ministério Público Federal
assinarão um convênio, batizado de
Operação Arribação,
para apuração permanente de denúncias
junto ao instituto. Ontem, o presidente do Ibama
solicitou formalmente à PF que investigue
as autorizações de extração
de madeira no sudoeste do Pará (conforme
denúncia da revista Veja desta semana).
Irregularidades -
A Operação Curupira constatatou, entre
outras irregularidades, que servidores do Ibama
vendiam ATPFs, inclusive para empresas fantasmas,
emitiam laudos falsos de vistorias, e recebiam propina
para liberação de caminhões
com carga irregular de madeira.
Além da corrupção
de funcionários públicos para esses
ilícitos, madereiros pagaram propina para
aprovação irregular de planos de manejo
florestal e projetos de reflorestamento para cumprimento
de reposição florestal, e extrairam
madeira em unidades de conservação,
terras indígenas e áreas não
autorizadas. Os despachantes desses madereiros fasificaram
e preencheram de forma irregular as ATPF.
Contra os dirigentes
da Fundação Estadual do Meio Ambiente
(FEMA), ligada ao Governo de Mato Grosso, há
comprovação de emissão de licenças
de desmatamento em áreas maiores do que o
permitido em lei (MP 2.166-67/01).
O Ibama ajuizou ações de improbidade
administrativa contra os servidores envolvidos e
ação civil pública contra a
FEMA/MT, para que seja suspensa a emissão
de autorização para desmatamento (tendo
como referência área de Reserva Legal
de 50%, nas propriedades rurais situadas em áreas
de transição ou de floresta). Além
dessas, serão ajuizadas ações
civis públicas de responsabilidade por danos
ambientais contra empresas e sócios acusados.
Histórico
- Desde de 2003, o Ibama apura irregularidades na
extração e transporte ilegal de madeiras.
A primeira investigação, na cidade
de Sinop, iniciada pela Procuradoria Geral do Ibama
em setembro daquele ano, foi ampliada para investigar
toda estrutura do Ibama no Mato Grosso (gerências
executivas de Cuiabá, Barra do Garças
e Juína; escritórios regionais de
Pontes e Lacerda, Cáceres, Alta Floresta,
Aripuanã, Guarantã do Norte, São
José do Rio Claro, Rondonópolis e
Juara).
A investigação
foi estendida para as regiões de Ji-Paraná
(RO) e Santarém (PA). Constatada irregularidades,
o Ibama solicitou o envolvimento da Polícia
Federal na apuração dos ilícitos.
No último
dia 2 de junho, a Polícia Federal iniciou
a prisão dos acusados. No total, foram presos
101 pessoas. Na semana passada, das 80 pessoas presas
pela Operação Curupira, 35 eram servidores
do Ibama, cinco ex-funcionários. Ontem o
juiz federal Julier Sebastião da Silva transformou
35 dessas prisões temporárias em preventivas.
Além das prisões,
a Operação Curupira resultou na demissão
de três servidores de carreira do IBAMA, na
demissão de um procurador federal da AGU,
na exoneração do gerente executivo
do Ibama no Mato Grosso, do chefe de serviço
de Sinop e do chefe do escritório de Rondonópolis.
Afora a Operação
Curupira, a direção do Ibama apura
eventuais irregularidades cometidas por servidores
em todo o país. Desde 2003 foram instaurados
cerca de 80 processos administrativos e disciplinares;
demitidos 13 funcionários; destituídos
5 servidores; além da aplicação
de suspensões e advertências.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa