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REVOLTA COM FRACASSO DE
ALGODÃO TRANSGÊNICO
Panorama
Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Junho de 2005
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13/06/2005 O governo
do estado indiano de Andhra Pradesh anunciou que
a empresa Mahyco está sob sua mira e que
suas novas variedades de algodão Bt (transgênico)
aprovadas pelo GEAC (Comitê de Aprovação
de Engenharia Genética, em inglês)
não receberão autorização
para cultivo no estado.
O GEAC é o correspondente indiano à
nossa CTNBio (Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança) e Mahyco é a subsidiária
da Monsanto na Índia (Maharashtra Hybrid
Seeds Company Monsanto Biotech India).
O governo sustenta sua decisão baseado em
estudos oficiais e no fato de que a companhia forneceu
sementes de baixa qualidade e se negou a indenizar
os agricultores prejudicados. “Não permitiremos
que firmas como a Mahyco/Monsanto vendam suas sementes
de algodão Bt em nenhuma parte do estado”,
disse o ministro chefe de Andhra Pradesh.
Mas as medidas adotadas em função
dos resultados desastrosos das lavouras de algodão
transgênico nos últimos três
anos vão além. Experimentos a campo
da Mahyco também foram proibidos. O governo
do estado também criticou fortemente a decisão
do GEAC de aprovar o cultivo de novas variedades
no país sem que os estados fossem consultados
e sem levar em consideração o desempenho
do algodão transgênico em anos anteriores.
Fracasso - Estudos científicos independentes
conduzidos por pesquisadores e por organizações
da sociedade civil na Índia constataram o
fracasso das sementes Bt. Um dos estudos acompanhou
o desempenho das lavouras de algodão modificado
entre 2002 e 2005 e mostrou que a produtividade
das sementes Bt é 30% menor para a média
desses três anos.
Além disso, não houve redução
no uso de inseticidas. As lavouras Bt receberam
em média 7% mais pesticidas que as não-transgênicas.
Os rendimentos também não aumentaram.
Nos três ciclos avaliados, agricultores que
não usaram sementes Bt lucraram 60% mais.
As pesquisas também mostraram que não
houve redução dos custos de produção.
As sementes Bollgard da Mahyco-Monsanto são
3 ou 4 vezes mais caras e essa diferença
não foi compensada pelo barateamento de outras
etapas de condução das lavouras. Um
tipo de podridão de raízes se espalhou
pelas lavouras de algodão Bt, prejudicando
cultivos subseqüentes na mesma área.
Dados levantados por pesquisadores do Projeto Indiano
para Melhoramento do Algodão (AICCIP, na
sigla em inglês) reforçam os estudos
independentes e da sociedade civil. Os técnicos
governamentais especialistas em algodão afirmam
que os agricultores que aplicaram técnicas
de manejo integrado de pragas no algodoeiro reduziram
pela metade suas despesas com inseticidas.
Fonte: Secretaria Estadual do
Meio Ambiente do Paraná (http://www.pr.gov.br/meioambiente/index.shtml)
Assessoria de imprensa