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ENGENHEIRO AGRÔNOMO
DIZ QUE SOJA TRANSGÊNICA VAI AGRAVAR
PROBLEMAS DOS AGRICULTORES BRASILEIROS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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23/06/2005 - Em
poucos anos, com o uso de sementes de soja transgênica,
os agricultores brasileiros terão que gastar
mais dinheiro com agrotóxicos, garante o
engenheiro agrônomo da Campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace, Ventura Barbeiro.
"A vantagem dos primeiros anos perde-se rapidamente.
Existe a redução sim, mas depois o
problema volta."
Segundo ele, nos Estados Unidos, que já implantou
sementes geneticamente modificadas para resistir
às ervas daninhas, depois de três anos
o uso aumentou, "demandando mais e mais glifosato".
Barbeiro conta, inclusive, que no estado do Mato
Grosso, "a erva daninha mais problemática
já é tolerante ao glifosato".
O glifosato é um tipo de herbicida, comercializado
pela empresa multinacional Monsanto.
A Embrapa lançou hoje três sementes
de soja transgênica RR adaptadas para a região
do cerrado brasileiro. De acordo com o engenheiro
agrônomo, isso não é interessante
porque a tecnologia das sementes RR seria da Monsanto.
"O que ela fez foi introduzir um pacote de
genes patenteados pela Monsanto nas variedades brasileiras.
Não há conquista nenhuma. Os agricultores
que plantarem a soja da Emprapa pagarão royalties
para a Embrapa e para a Monsanto".
Barbeiro faz ainda um alerta em relação
à saúde e ao meio ambiente. "No
futuro, passado esses três anos, ela (a soja
transgênica) vai agravar o problema da contaminação
dos rios e a saúde da população
indígena", porque, segundo ele, será
preciso utilizar mais agrotóxicos.
"Por isso defendemos que esse controle seja
por métodos agroecológicos, e não
químicos. Em Cangará da Serra, próximo
a Cuiabá, existe o maior produtor de soja
agroecológica do país".
Na visão do pesquisador Plinio Itamar de
Souza, responsável pela equipe de 20 funcionários
que esteve à frente da pesquisa sobre variedades
de soja transgênica na Embrapa, poderão
ser usados agrotóxicos herbicidas menos agressivos
ao meio ambiente. Segundo ele, no projeto das três
sojas para o cerrado foram gastos sete anos de pesquisa.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
André Deak