|
MANEJO DE FLORESTAS REDUZIRÁ
GRILAGEM E DESMATAMENTO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
|
|
16/06/2005 Para
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a aprovação
do Projeto de Lei sobre Gestão de Florestas
Públicas (PL 4776/05) será um passo
importante para suprir o mercado com madeira de
origem sustentável e legal e para reduzir
a grilagem e o desmatamento na Amazônia. O
texto tramita na Câmara dos Deputados. Marina
Silva participou hoje de audiência pública
conjunta das comissões de Agricultura, Meio
Ambiente e Relações Exteriores do
Senado, onde apresentou ações do governo
no combate ao desmatamento.
O PL 4776/05 prevê a concessão de até
3% da Amazônia, cerca de 13 milhões
de hectares de matas, para manejo sustentável.
Também cria o Serviço Florestal Brasileiro
e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal,
voltado ao fomento e à qualificação
do setor madeireiro nacional. "Com a aprovação
do PL de Florestas, não haverá mais
espaço para grilagem de terras", disse
a ministra aos senadores.
Outra medida fundamental para a redução
dos índices de desmatamento foi chancelada
ontem pelo Senado. Com 47 votos favoráveis
e 1 contrário, a MP 239 foi aprovada e passará
a ter peso de lei com a sanção do
presidente Lula. O texto define limitações
administrativas provisórias para áreas
destinadas à criação de áreas
protegidas. Com a medida, durante sete meses as
florestas não poderão ser derrubadas
em locais onde serão criadas unidades de
conservação. Nesse período,
serão realizadas consultas públicas
e todos os debates necessários para a criação
de reservas de proteção integral ou
uso sustentável. "Haverá tempo
para ampliar a participação social
nos debates públicos", ressaltou a ministra.
Marina Silva também lembrou aos parlamentares
que o PL da Mata Atlântica tramita há
13 anos no Congresso Nacional. O texto aguarda aprovação
pelo Senado.
A MP 239 foi editada pela Presidência da República
para evitar que as áreas destinadas a futuros
parques ou reservas sejam desmatadas antes da sua
criação. A derrubada da floresta costuma
se acelerar a partir do momento em que o governo
anuncia a intenção de proteger esses
locais. O assunto vinha sendo discutido desde a
criação do SNUC (Sistema Nacional
de Unidades de Conservação), em 2000.
Durante a audiência, Marina Silva comentou
sobre o desafio de cuidar da área ambiental
em um País extremamente rico em recursos
naturais como o Brasil, que tem "grande responsabilidade
pelo equilíbrio ecológico do Planeta".
Segundo ela, para combater o desmatamento não
basta uma política de ministério,
mas, sim, políticas e ações
de governo, dos estados, da comunidade científica,
do setor empresarial e de toda a sociedade. "A
opinião pública internacional também
está atenta ao destino da Amazônia",
lembrou.
Para o senador Jefferson Peres (PDT/AM), os últimos
índices de desmatamento na maior floresta
tropical do Planeta, de 26.130 quilômetros
quadrados entre 2003-2004, se devem à "cobiça
nacional", ao avanço descontrolado da
agropecuária e do desmatamento. Peres disse
que existe uma "paranóia" sobre
os interesses estrangeiros na floresta, mas que
a grande maioria da madeira extraída da Amazônia
é consumida no próprio País.
"Ou o Brasil tem um projeto nacional, com uma
política de estado que ultrapasse vários
governos, ou esse holocausto ecológico continuará".
Fonte: MMA – Ministério
do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom (Aldem Bourscheit)