hídricos, ar, solos e biodiversidade. Em
todos os temas é apresentada uma avaliação
dos riscos e impactos à saúde pública.
Além disso, ao final, dedica um espaço
para descrever os mecanismos preventivos e corretivos
de controle ambiental.
Resumo
1. CARACTERIZAÇÃO
GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
- Apresenta a caracterização
física, que abrange dados referentes à
localização, clima, geologia, geomorfologia,
hidrografia e hidrogeologia e caracterização
socioeconômica, com informações
sobre população, taxa de crescimento
e socioeconomia.
- Caracterização
física: apresenta as diferenças
de clima no Estado, com as características
específicas do Interior e da região
litorânea; na área da Geologia, apresenta
os diferentes domínios geológicos
do território paulista; na Geomorfologia,
aborda o relevo e as diferentes classificações;
na Hidrografia, as principais bacias hidrográficas
do Estado e seu compartilhamento com as bacias
dos Estados vizinhos; e na Hidrogeologia, apresenta
os sistemas aqüíferos presentes no
Estado e suas características.
- As 22 UGRHIs - Unidades de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, criadas
pelo Decreto Estadual 27.576/87, têm destaque
no relatório, com as suas respectivas classificações
de acordo com o uso do solo predominante (conservação,
agropecuária e industrial).
- Caracterização
socioeconômica: é apresentado um
resumo de informações populacionais
das três regiões metropolitanas do
Estado (Baixada Santista, Campinas e São
Paulo), além das características
de domicílio e sexo da população
paulista. Neste item, há um registro geral
da situação econômica do Estado
de São Paulo, suas principais atividades
e indicadores sociais, como o IPRS - Índice
Paulista de Responsabilidade Social.
2.RECURSOS HÍDRICOS
- As informações
contidas neste capítulo são apresentadas
segundo a divisão do Estado nas 22 diferentes
UGRHIs. Referem-se à disponibilidade e
demanda das águas superficiais e subterrâneas,
o balanço hídrico entre disponibilidade
e uso e qualidade das águas superficiais,
subterrâneas e recreacionais (reservatórios
e praias litorâneas) e saneamento básico.
- Os valores de demandas de
água foram revistos pelos Comitês
de Bacia do Estado no ano de 2004. Dos 382 m3/s
de água utilizados no Estado de São
Paulo, cerca de 40,4% é utilizado em irrigação,
atividade de maior uso; 33,6% em uso urbano, e
26% em atividades industriais.
O uso de água subterrânea:
- São Paulo é
um Estado privilegiado em águas subterrâneas
e tem visto crescer em todo o seu território
a utilização dessa reserva hídrica.
- Estima-se que, dos 31 m3/s
de água subterrânea extraídos
de aqüíferos subterrâneos no
Estado, cerca de 18 m3/s são utilizados
no abastecimento público. Atualmente, 72%
dos municípios são total ou parcialmente
abastecidos com águas subterrâneas,
atendendo a uma população de cerca
de 5,5 milhões de habitantes. Destes municípios,
48% são exclusivamente abastecidos por
águas subterrâneas.
- Destaca-se o quadro do balanço
hídrico entre disponibilidade (vazão
mínima e vazão média) e demanda
(usos). As UGRHIs são divididas em cinco
categorias, mostrando onde a disponibilidade é
mais ou menos restrita face às demandas.
A UGRHI mais crítica é a do Alto
Tietê, que engloba a Região Metropolitana
de São Paulo, que apresenta um balanço
negativo (usa 4,4 vezes mais que a vazão
crítica) e depende de um complexo sistema
de transferência de recursos hídricos
de bacias vizinhas para atender o consumo na região.
Esta situação tende a se agravar
e exigirá novas iniciativas para contenção
de consumo e aumento de disponibilidade de água.
Na categoria crítica encontram-se sete
UGRHIs, localizadas principalmente no Leste do
Estado. As UGRHIs que estão em melhor situação
em relação ao balanço demanda
x disponibilidade de água são as
UGRHIs 1 - Mantiqueira, 3 - Litoral Norte, 11
- Ribeira de Iguape/Litoral Sul e 12 - Baixo Pardo/Grande,
destacando-se a região de Ribeira de Iguape/Litoral
Sul, com 156 m3/s de superávit de água.
- A qualidade das águas
superficiais, baseada no resultado dos índices
de qualidade de água bruta para abastecimento
público (IAP) e de proteção
da vida aquática (IVA) utilizados pela
CETESB, nos anos de 2003 e 2004, manteve-se estável
para essas duas finalidades, com uma ligeira melhora
nos pontos de captação para abastecimento
público. No entanto, uma parcela de praticamente
um terço (32%) do total dos pontos monitorados
ainda são classificados como de qualidade
Ruim e Péssima.
O relatório registra um aumento do percentual
de tratamento de esgoto no Estado de São
Paulo (de 37% em 2003 para 39% em 2004). O lançamento
de esgotos domésticos sem tratamento nos
corpos d’água é responsável
pela degradação de parte desse corpos
d´água.
A maior parte dos corpos d’água
em piores condições estão
localizados em regiões com significativa
concentração urbana e industrial
(UGRHIs 5 - Piracicaba/Capivari/Jundiaí),
6 - Alto Tietê, 7 - Baixada santista e 15
- Turvo/Grande).
Destacam-se também outras fontes que vêm
aumentando seu potencial poluidor, relacionadas
com o uso do solo nas regiões onde predominam
as atividades agropecuárias.
No monitoramento dos cursos d’água afluentes
às praias, verificou-se que no Litoral
Norte houve uma melhora da qualidade dessas águas,
sendo as mais significativas registradas em Caraguatatuba
e Ilhabela. Na Baixada Santista, 20% dos cursos
d’água apresentam valores dentro do padrão
da legislação, destacando-se a melhoria
de qualidade registrada em Itanhaém e Peruíbe.
Os esgotos no litoral representam um problema
pelo baixo percentual de coleta e tratamento.
No Litoral Norte há 31% de esgoto coletado
e tratado, índice que sobe para 59% de
esgoto coletado e 58% tratado na Baixada Santista,
enquanto Ribeira de Iguape/Litoral Sul coleta
60% e trata 53%.
- As águas subterrâneas,
cuja qualidade está sempre exposta à
deterioração devido principalmente
à ocupação urbana, expansão
industrial e atividade agrícola, são
avaliadas em 169 pontos pela CETESB. De maneira
geral, essa avaliação, realizada
no período de 2001 a 2003, mostrou que
as águas subterrâneas do Estado de
São Paulo apresentam boa qualidade para
consumo humano e devem ser protegidas para essa
finalidade.
- Saneamento Básico -
tratamento de esgotos.
Houve aumento de 37% para 39% no índice
de tratamento de esgoto no Estado de São
Paulo.
As UGRHIs em melhor situação de
saneamento são: São José
dos Dourados (98% de tratamento), Aguapeí
(85%), Baixo Tietê (79%) e Pontal do Paranapanema
(78%). As que tratam menos esgoto são:
Mantiqueira (0%), Turvo/Grande (23%), Sorocaba/Médio
Tietê (25%).
- Abastecimento de água:
o índice médio de atendimento por
rede de abastecimento de água potável
é de 97%, sendo os índices superiores
a 80% em todas as UGRHIs.
3. SOLO
- Neste capítulo as informações
se referem à erosão, susceptibilidade
ao assoreamento, mineração, resíduos
sólidos urbanos e áreas contaminadas.
- Erosão:
Foi iniciado em 1985 um levantamento sistemático
da ocorrência de erosões de grande
porte em todo o Estado de São Paulo (Convênio
DAEE e IPT). Resultou em um mapa da erosão,
com as áreas de susceptibilidade e uma
análise da criticidade dos municípios
e das UGRHIs quanto aos processos erosivos. O
estudo mostra que 183 municípios foram
considerados de alta criticidade, 352 de média
criticidade e 110 de baixa criticidade.
A maior parte dos municípios considerados
de alta criticidade (cerca de 28%) estão
concentrados no Oeste Paulista.
- Mineração:
De acordo com o IPT, as atividades de mineração
são registradas em praticamente todos os
municípios paulistas, destacando-se pelo
menos 40 pólos de produção
bem caracterizados.
A Região Metropolitana de São Paulo
engloba um dos mais importantes pólos de
produção mineral do país,
em valores e volumes movimentados, produzindo
13 tipos de substâncias minerais, sendo
o Município de São Paulo produtor
de sete tipos de substâncias minerais: água
mineral e potável de mesa, areia, quartzito,
argila, brita, caulim e feldspato.
- Resíduos Sólidos
Urbanos:
O Inventário Estadual de Resíduos
Sólidos Domiciliares de 2004, produzido
pela CETESB, mostra que houve uma melhora gradual
na situação de disposição
e tratamento de resíduos ao longo dos últimos
oito anos. O número de municípios
que dispõe os resíduos domiciliares
de forma adequada passou de 27 em 1997 para 251
em 2004. Em termos percentuais, verifica-se que,
em 1997, 78% dos municípios encontravam-se
em situação inadequada; em 2004,
70,3% apresentam condições controladas
e adequadas.
Os locais de disposição dos municípios
de maior porte e maiores produtores de resíduos,
alcançam IQR (Índice de Qualidade
de Resíduos) médio de 8,2 e 9,0
(disposição adequada), respectivamente
em 2003 e 2004.
Nos municípios com população
inferior a 100 mil habitantes, os IQRs médios
foram de 7,0 (2003) e 6,8 (2004) - disposição
controlada. Verifica-se que municípios
de menor porte carecem de uma atuação
mais intensa em política públicas
específicas para o setor.
- Áreas Contaminadas:
A CETESB divulga periodicamente a relação
das áreas contaminadas identificadas no
Estado de São Paulo desde 2002. Anualmente,
a lista é atualizada e hoje há 1.336
áreas mapeadas. Destas, 484 estão
em processo de remediação, 19 concluídas
e 123 com proposta de remediação.
O destaque da última lista são os
postos de combustíveis, que totalizam 931
registros (69% do total de áreas contaminadas),
seguidos das atividades industriais, com 237 áreas
(18%). O aumento significativo dos postos de combustíveis
se deveu à obrigatoriedade do licenciamento
ambiental para esta atividade.
4.BIODIVERSIDADE
- O Relatório de Qualidade
Ambiental do Estado de São Paulo apresenta
um panorama relativo à questão da
biodiversidade no Estado de São Paulo,
assim como as ações e medidas para
sua proteção e recuperação.
Uma rápida abordagem foi dada aos principais
biomas existentes em território paulista
e a situação dos remanescentes da
cobertura vegetal natural, registrados no ano
de 2001, quando se detectou um processo de reversão
na tendência histórica de redução
da vegetação natural.
- Com o uso de técnicas
modernas de imagens orbitais e de geoprocessamento,
foi possível quantificar esse fato, que
demonstrou ter havido uma retomada da vegetação
em 126.557 ha (3,8%), quando comparada ao levantamento
efetuado em 11000-91.
Observa-se, pela primeira vez, ter havido uma
estabilização na tendência
histórica que apresentava índices
expressivos referentes ao desmatamento em todo
o Estado.
- Apresenta também o
quadro atual das espécies da flora ameaçadas
de extinção, no Estado de São
Paulo, enfocando aquelas que se encontram presumivelmente
extintas (393 espécies), presumivelmente
extintas na natureza (14 espécies), em
perigo crítico (23 espécies), em
perigo (186 espécies) e vulneráveis
(471 espécies).
Além das espécies ameaçadas,
foram identificada as que estão quase ameaçadas
(323 espécies) e as não ameaçadas
(3.025 espécies).
O estudo considerou dados publicados em revisões
taxonômicas, teses, dissertações,
listagens de fitossociologia etc., amostras depositadas
em herbários e o conhecimento de cerca
de 300 especialistas. Estes dados foram divulgados
pela Resolução SMA 48/2004.
- Quanto à fauna, o relatório
registrou um panorama do número de espécies
conhecidas até o presente momento, em nosso
Estado. O Decreto Estadual n° 42.838/1988
declara as espécies da fauna silvestre
ameaçadas e provavelmente ameaçadas
de extinção, no Estado de São
Paulo, e a Portaria DEPRN n°42/2000, estabelece
os procedimentos iniciais relativos à fauna
silvestre para instrução de processos
de licenciamento.
- São apresentadas as
Unidades de Conservação da Natureza
de Proteção Integral (57), as de
Uso Sustentável (81), incluindo as Reservas
Particulares do Patrimônio Natural - RPPNs
(32) e outras áreas especialmente protegidas
(87), criadas no âmbito dos governos federal
e estadual.
Além da área de abrangência,
é informado o diploma legal de criação
dessas áreas, as Unidades de Gerenciamento
de Recursos Hídricos - UGRHIs e os municípios
onde as mesmas estão inseridas.
Dados da compensação financeiras
dada aos municípios que sofrem restrição
de uso do solo. Em 1999, 149 municípios
recebiam esta compensação (R$ 27
milhões), aumentando, em 2004, para 174
municípios, totalizando R$ 49 milhões.
- As compensações
ambientais consolidadas no Estado de São
Paulo, destinadas às Unidades de Conservação
de Proteção Integral, de acordo
com as normas e critérios do Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC),
estão apresentadas em tabela, mostrando
os valores, empreendimentos e projetos a que são
dirigidas.
5. AR
- O relatório apresenta
os parâmetros de qualidade de ar monitorados
pela CETESB e seus padrões, as estimativas
de emissão de fontes de poluição
e os resultados obtidos nas redes de monitoramento
na Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP), Litoral (Cubatão) e Interior do
Estado (Região Metropolitana de Campinas,
região de Sorocaba, São José
dos Campos e Ribeirão Preto.
- Apresenta também os
principais programas de controle de poluição
do ar para fontes estacionárias e móveis,
além dos riscos e impactos à saúde
pública.
- O crescimento da contribuição
das motocicletas para a poluição
do ar foi confirmada como tendência já
observada em 2003.
Houve um pequeno aumento na emissão total
de CO da frota circulante de carros leves a álcool
e gasolina.
- Na RMSP, a frota de veículos
leves é superior a 6,6 milhões e
450 mil veículos a diesel. Os poluentes
que mais ultrapassam os limites legais são:
material particulado, ozônio e monóxido
de carbono.
- O ozônio é o
poluente que mais ultrapassa os limites legais.
Os níveis de ozônio têm se
mantido praticamente constantes, apresentando
menor número de ocorrências em 2004,
devido às condições atmosféricas.
O problema de poluição por ozônio
é devido principalmente às emissões
veiculares e se manifesta de forma mais intensa
nas grandes cidades e arredores.
No Interior do Estado, esse foi o poluente que
mais ultrapassou os limites legais, com destaque
para o Município de Paulínia (41dias
de ultrapassagem do padrão legal), quase
equivalente às estações da
RMSP (62 dias de ultrapassagem do padrão).
6. CONTROLE AMBIENTAL
- MECANISMOS PREVENTIVOS E CORRETIVOS
- Neste capítulo, são
apresentados os órgãos do Estado
responsáveis pelo licenciamento e fiscalização
ambientais, sua estrutura e distribuição
no Estado de São Paulo, com indicação
dos municípios atendidos por cada unidade.
Informações sobre os acidentes ambientais
atendidos pela CETESB também constam deste
capítulo.
- As atividades desenvolvidas
nas áreas de licenciamento e fiscalização
são mostradas em números e figuras,
no período de 1997 até 2004.
- A CETESB atendeu, de 1978
a 2004, 5884 emergências químicas.
Em 2004, foram atendidos 475 acidentes ambientais,
sendo a atividade por transporte rodoviário
o que apresentou o maior número de acidentes
(208, ou seja, 37,4%).
- Houve um aumento de 12,3%
no número de atendimentos emergenciais
com produtos perigosos, em relação
a 2003.
- A região do Estado
de São Paulo onde houve o maior número
de ocorrências foi a Região Metropolitana
de São Paulo, com 52%, seguida pela Baixada
Santista (11%) e região de Campinas (10%).
- Com relação
aos produtos envolvidos nos acidentes ambientais,
constatou-se que os líquidos inflamáveis
(gasolina, álcool, diesel e outros) representam
a grande maioria dos atendimentos (33,7%).