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SEMINÁRIO QUESTIONA
“DISCURSO CONCILIADOR” DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Panorama
Ambiental
Santarém (PA) – Brasil
Junho de 2005
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22/06/2005 - "Quando
não surge conflito, é porque a política
pública não teve efeito. Por isso
é preciso desconfiar quando todos concordam
com o discurso do desenvolvimento sustentável",
analisou Mário Cardoso, secretário
técnico-adjunto do Subprograma de Política
de Recursos Naturais (SPRN), que faz parte do Programa
Piloto para a Proteção de Florestas
Tropicais do Brasil (PPG7). "O desenvolvimento
sustentável é possível, sim,
mas não atendendo a todos os interesses no
mesmo espaço. Há uma tendência
generalizada dos governos em prometer tudo a todos,
até porque o Brasil vive um processo eleitoral
a cada dois anos", reforçou Hanz Krueger,
representante da agência multilateral Cooperação
Técnica Alemã (GTZ). Os dois participam
do Seminário Nacional de Avaliação
do PPG7, que começou ontem (21) e vai até
sexta-feira (24).
O Programa Piloto é fruto da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (Rio 92), uma iniciativa de cooperação
multilateral voltada ao teste e desenvolvimento
de estratégias inovadoras de proteção
e uso sustentável das florestas tropicais
brasileiras. Desde a sua criação,
já investiu 400 milhões de dólares
em projetos na Amazônia e na Mata Atlântica
– recursos da Alemanha, União Européia,
Reino Unido, Estados Unidos, Holanda, Japão,
França e Canadá, canalizados por meio
de um Fundo Fiduciário de Florestas Tropicais
(RTF), administrado pelo Banco Mundial. A coordenação-executiva
do programa é da Secretaria de Coordenação
Amazônica (SCA) do Ministério do Meio
Ambiente.
Mauro Rufino, coordenador regional do Projeto Manejo
dos Recursos Naturais da Várzea (PróVárzea),
que também faz parte do PPG7, lembrou que
para se influenciar políticas públicas
é preciso não ter foco exclusivo no
produto final, ou seja, na lei. "A qualidade
do processo de elaboração compartilhada
é fundamental para que a política
se viabilize. É preciso que ela seja discutida
com todos os setores interessados, inclusive aqueles
que representam grupos com os quais não se
tem afinidade política ou ideológica.
É um caminho duro, mas necessário
para se ter uma política que de fato saia
do papel", argumentou.
A representante da secretaria estadual de Meio Ambiente
do Acre, Magaly Medeiros, também analisou
os modelos de desenvolvimento em conflito na Amazônia:
"É preciso que a opção
política do governo e dos investidores internacionais
seja clara. Não adianta você ter estudos
aprofundados sobre toda a viabilidade econômica
e a cadeia produtiva do açaí e da
castanha, se você continua financiando o gado".
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi