O
presidente da CETESB, Rubens Lara, abriu
a reunião enfatizando a importância
do apoio oferecido pelo KfW, agente financeiro
do governo alemão, com o qual foi
possível proceder à ampliação
e melhoria do monitoramento da qualidade
das águas do Rio Tietê, verificando
a eficácia e o avanço das
ações de controle de efluentes
industriais, bem como os efeitos dos sistemas
de coleta e tratamento de esgotos domésticos
nos corpos hídricos.
Dirigindo-se à vice-consulesa da
Alemanha em São Paulo, Sabine Eichhorn,
lembrou que o KfW propiciou investimentos
da ordem de 5 milhões de euros para
a modernização dos laboratórios
e aquisição de equipamentos
e instalação de estações
de monitoramento automático de qualidade
de água, além dos 3 milhões
de euros aplicados pela CETESB, com o trabalho
de 113 técnicos para administração
do contrato, implantação,
operação e manutenção
dos equipamentos e infra-estrutura para
reforma dos laboratórios e instalações
de campo.
Além da representante do governo
alemão, o evento contou ainda com
a participação de Gisela Foratini,
superintendente da Fiscalização
da Agência Nacional das Águas
- ANA, representante o presidente da entidade,
José Machado. Forattini fez questão
de agradecer o apoio da CETESB, que está
orientando a ANA no credenciamento de laboratórios,
em âmbito nacional, para criar uma
estrutura adequada para a gestão
dos recursos hídricos no país.
O presidente da Agência da Bacia do
Alto Tietê, Julio Cerqueira Cesar
Neto, que acompanhou todas as palestras
do seminário, salientou a necessidade
de aperfeiçoar o processo de gestão,
desenvolvendo trabalhos como os de acompanhamento
das cargas poluidoras.
Estiveram presentes ainda, entre outros,
Gilmar Cícero Altamirano, da Secretaria
do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura
de São Paulo, representando o secretário
Eduardo Jorge; Hiroyuki Minami, secretário
de Planejamento e Tecnologia da Informática
de São Bernardo do Campo, representando
o prefeito William Dib; Marcelo Liochi,
da Prefeitura de Ribeirão Pires,
representando o prefeito Clovis Volpi; e
Osmar Silva Filho, do Departamento de Águas
e Esgoto de São Caetano do Sul, representando
o prefeito José Auricchio Jr.
Palestras
O evento contou com as apresentações
sobre os Avanços na Avaliação
Ambiental dos Corpos D’Água de São
Paulo, feita pelo diretor de Engenharia,
Tecnologia e Qualidade Ambiental da CETESB,
Lineu Bassoi; Projeto de Despoluição
do Rio Tietê - a Ação
da CETESB, apresentado por Richard Hiroshi,
do Departamento das Ações
de Controle; e Coleta e Tratamento de Efluentes
e a Ação da SABESP, por Marcelo
Rampone, coordenador de controle do Projeto
Tietê.
O seminário teve também a
apresentação sobre a Experiência
Alemã em Monitoramento de Qualidade
das Águas, com Edward Seifer, diretor
da Maxx - Equipamentos Técnicos de
Amostragem e Medição, empresa
responsável pelos equipamentos que
compõe a rede de monitoramento instalada
na bacia do Tietê. Houve ainda palestras
sobre Avaliação da Qualidade
dos Recursos Hídricos da Bacia do
Alto e Médio Tietê e Implantação
e Operação da Rede, apresentadas
por Eduardo Mazzolenis, José Eduardo
Bevilacqua e Nelson Menegon, do Departamento
de Águas Superficiais e Efluentes
Líquidos da CETESB.
Segundo Lineu Bassoi, a cooperação
técnica e financeira com o governo
alemão, firmada a partir de 1991
proporcionou a ampliação da
capacidade analítica e do monitoramento
da qualidade das águas para fortalecer
o desempenho das funções da
CETESB no Projeto Tietê. A rede de
monitoramento automático permite
indicar a situação dos contribuintes
da bacia do Tietê e oferece subsídios
importantes para se compreender o comportamento
do rio.
Bassoi citou como exemplo os dados de uma
das estações que indicavam
excessiva demanda de oxigênio todos
os dias em um determinado horário,
o que inicialmente levou à suspeita
de lançamentos clandestinos de efluentes
industriais. A uniformidade e constância
dos dados, no entanto, revelaram tratar-se
do ciclo de desenvolvimento das algas naquele
ponto do rio, em conseqüência
do excesso de nutrientes lançados
em outro trecho do curso d’água.
Dados como estes são fornecidos pelas
14 estações fixas de monitoramento
automático, distribuídas em
pontos estratégicos das bacias do
Alto e Médio Tietê e que permitem
o envio contínuo “on line” de dados
sobre pH, oxigênio dissolvido, condutividade,
turbidez, temperatura, Demanda Bioquímica
de Oxigênio - DBO, nitrogênio
e fósforo, servindo como uma espécie
de “agente de controle 24 horas”.
Essas estações se somam aos
160 pontos da rede de amostragem que a CETESB
mantém em todo o Estado, desde a
sua criação em 1976. Atualmente
são medidos mais de 50 parâmetros
que permitem formar um diagnóstico
sobre a qualidade das águas em todas
as bacias do Estado.
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