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USINA HIDRELÉTRICA
DE BARRA GRANDE RECEBE LICENÇA DE
OPERAÇÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
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(06/07/05) – A empresa
Energética Barra Grande S/A (Baesa) recebeu
do Ibama, na última segunda-feira, a licença
de operação para iniciar o enchimento
do reservatório da Usina Hidrelétrica
de Barra Grande.
A usina, localizada
no rio Pelotas, divisa entre os estados de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, formará um
lago de 94 quilômetros quadrados e sua potência
energética será de 708 MW.
O Ibama exige que
a empresa atenda 77 pontos descritos como condicionantes
da licença. Um deles é a aferição
dos impactos negativos causados em cada município
na região da obra para identificar a necessidade
de medidas mitigadoras adicionais nos sistema de
saúde, educação, segurança,
assistência social, transporte, abastecimento
de água e saneamento durante a construção
da usina. Além disso, a empresa é
obrigada a manter uma unidade de atendimento à
população atingida pela implantação
do empreendimento, em local de fácil acesso,
durante um ano - período de concessão
da usina.
Quanto as questões
de fauna, a empresa terá que dar continuidade
ao monitoramento dos animais por pelo menos mais
quatro anos após o início da operação
da hidrelétrica, devendo enviar os animais
resgatados para instituições científicas
ou para criadouros.
A Baesa também
deverá realizar o corte de madeira da área
do reservatório por via fluvial durante o
enchimento e nos períodos previstos para
a baixa das águas no reservatório.
A respeito da bromélia
Dyckia distachia Haaler, foram realizadas expedições
a campo e visitas a herbários visando determinar
qual o grau de salvamento que seria exigido para
esta espécie durante a formação
do reservatório. A princípio, seriam
retiradas do local apenas parcela das populações
vegetais para serem levadas a viveiros e lá
reproduzidas. Porém, foi acatado o relatório
técnico da Universidade Federal de Santa
Catarina determinando o salvamento de todas as populações
da espécie existentes no reservatório.
A Dyckia distachia Haaler, é um tipo de bromélia
rara e endêmica que consta da lista de espécies
em extinção no Brasil.
Existem populações
da Dyckia no Parque Estadual do Turvo (RS) e em
mais três unidades de conservação
na Argentina. Nas localidades de Capinzal e na Bacia
do Rio das Antas (RS) foram identificados locais
onde a espécie já foi coletada, mas
que ainda não foram vistoriados. Por isso
a licença determina o resgate imediato da
espécie além da avaliação
de todas as reófitas – espécies vegetais
que vivem em cachoeiras e em locais de água
corrente - existentes na área de formação
da bacia de acumulação, antes e durante
o enchimento do reservatório. As populações
serão retiradas do local e transferidas para
viveiros apropriados na região da coleta
até sua relocação definitiva.
Segundo o diretor
de Licenciamento e Qualidade Ambiental, Luiz Felippe
Kunz Junior, o Ibama concedeu a licença de
operação com total responsabilidade
com relação ao processo de licenciamento.
“Verificamos todas as questões apontadas
como pendentes. As obras físicas da barragem
estavam encerradas já no início do
mês de abril. Foram feitas todas as verificações
necessárias tanto na área social e
de infra-estrutura quanto de proteção
a fauna e flora, com todos os cuidados com as espécies
ameaçadas de extinção, estabelecendo
medidas de conservação que se consubistanciaram
na licença de operação.”
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Telma Peixoto)