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CAMPANHA ‘Y IKATU XINGU
FAZ BALANÇO DE AÇÕES
DEPOIS DE OITO MESES
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2005
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13/07/2005 - Já
estão em andamento iniciativas que envolvem
a proteção de Terras Indígenas,
a viabilização de assentamentos de
trabalhadores rurais, a implantação
de serviços de saneamento básico e
a capacitação técnica em propriedades
rurais. Articulações feitas por organizações
envolvidas com a mobilização também
apontam boas perspectivas para a elaboração
e implantação de novas ações.
A campanha `Y Ikatu
Xingu – que tem como objetivo principal preservar
e recuperar as nascentes e as matas ciliares do
Rio Xingu no Mato Grosso – completou oito meses
e já tem um balanço preliminar de
ações e projetos. Já estão
em andamento iniciativas que envolvem a proteção
de Terras Indígenas, a viabilização
de assentamentos de trabalhadores rurais, a implantação
de serviços de saneamento básico e
a capacitação técnica em propriedades
rurais. Articulações feitas por organizações
envolvidas com a mobilização também
apontam boas perspectivas para a elaboração
e implantação de novas ações.
Fruto dessas articulações,
por exemplo, acaba de ser lançado pelo Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), pelo Instituto de Cooperação
para a Agricultura (IICA) e pelo Programa de Consolidação
e Emancipação de Assentamentos da
Reforma Agrária (PCA) o edital para a contratação
de consultorias para elaboração de
estudo econômico, social e ambiental dos assentamentos
localizados na Bacia do Xingu no Mato Grosso. A
equipe contratada trabalhará nos próximos
três meses. Maiores detalhes podem ser obtidos
no site do IICA: www.iica.org.br. Ao final do estudo,
acontecerá na região um encontro setorial
da agricultura familiar para debater resultados
e encaminhamentos.
O MDA também
apoiará a realização de um
diagnóstico na Bacia do Xingu sobre a situação
da agricultura familiar, igualmente com o levantamento
da problemática econômica, social e
ambiental e a identificação de práticas
socioambientais de agricultores familiares que conciliem
a geração de renda com a conservação
ambiental para servir como base para replicação
em toda a Bacia. O projeto para realização
do diagnóstico está em fase final
de análise pelo MDA e a previsão é
que tenha início em agosto de 2005.
Na área da
capacitação técnica, a Confederação
Nacional da Agricultura (CNA), a Federação
de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso
(Famato) e a prefeitura de Querência estão
discutindo a implantação de um projeto-piloto
de recuperação de nascentes e matas
ciliares no município. Em agosto, deve ocorrer
uma reunião na cidade para discutir a idéia
com os produtores das bacias dos rios Pacas e Tanguru.
Além disso, o Instituto Socioambiental (ISA),
uma das organizações apoiadoras da
campanha `Y Ikatu Xingu, está articulando
com a Embrapa e com o Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT) um programa de pesquisa para
Bacia do Xingu, envolvendo a definição
de indicadores de sustentabilidade ambiental e a
promoção de pesquisa e transferência
de tecnologia.
Em outra frente de
trabalho, conforme divulgado anteriormente, já
está sendo realizado um diagnóstico
contratado pelo Ministério das Cidades sobre
o saneamento básico em 14 municípios
da Bacia do Xingu. Os resultados do estudo permitirão
definir que providências o governo poderá
tomar em relação ao problema. Emendas
parlamentares constituem o principal recurso de
que o ministério dispõe para implementar
projetos efetivos nos municípios. Desta forma,
os prefeitos e a sociedade local poderão
cobrar de seus representantes a elaboração
de emendas sobre o tema.
Também já
foram iniciadas as discussões com a etnia
Suiá para implantação de uma
experiência-piloto de monitoramento da água
com a participação dos índios.
O projeto irá contar com a assessoria do
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônica
(IPAM). Em abril, uma equipe do ISA esteve no Parque
Indígena do Xingu para discutir com comunidades
locais, entre outros temas, a participação
em projetos de recuperação florestal
mediante a venda de sementes de espécies
nativas e a criação de um fórum
de discussão com as prefeituras da região
sobre o chamado “ICMS Ecológico”.
“Em 2005, a campanha
pretende, no plano regional, consolidar o engajamento
dos atores locais e aprofundar as agendas setoriais,
facilitando a articulação dos setores
com o Poder Público e as organizações
da sociedade civil. Além disso, também
queremos dar visibilidade nacional para a Bacia
do Rio Xingu e sensibilizar a opinião pública
sobre o problema”, informa Daniela Jorge de Paula,
assessora do ISA. Ela conta que, nesse semestre,
deverão ocorrer uma série de “encontros
setoriais” com produtores e trabalhadores rurais,
prefeituras e lideranças indígenas
para mobilizar cada um desses segmentos e negociar
com os órgãos competentes novos projetos
e iniciativas. “Também queremos realizar
alguns eventos em grandes capitais, como São
Paulo e Brasília”.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa (Oswaldo Braga de Souza)