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MARANHÃO REGISTRA
OITO MORTES DE PEIXE-BOI NO ÚLTIMO
SEMESTRE
Panorama
Ambiental
São Luis (MA) – Brasil
Julho de 2005
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(14/07/05) - Um
fato alarmante vem deixando o Projeto Peixe-Boi
preocupado. Somente no primeiro semestre deste ano
a Unidade Executora do Centro Mamíferos Aquáticos
(CMA)/Ibama no Maranhão registrou oito mortes
de peixe-boi marinho no estado, sendo destas, sete
causadas porque o animal se enroscou acidentalmente
nas redes de pesca colocadas pelos pescadores.“Apesar
de todo esforço que temos com relação
aos trabalhos de preservação do peixe-boi
marinho, esses acidentes fatais ainda acontecem
devido do tamanho do litoral e as áreas de
difícil acesso” afirma o executor do CMA/Ibama
no Maranhão, Josarnaldo Ramos.
O executor explica,
ainda, que constantemente vêm sendo desenvolvidas
ações de educação ambiental
e trabalhos sociais com populações
tradicionais a fim de conscientizá-los da
importância de se preservar o peixe-boi, mamífero
aquático que encontra-se criticamente ameaçado
de extinção.
Em buscando desta
conscientização foi realizada, no
ano passado, no litoral maranhense a campanha ‘Não
mate o peixe-boi!’. Essa campanha visa, principalmente,
orientar os pescadores e a população
das comunidades litorâneas a cerca da necessidade
de preservação do peixe-boi marinho
(Trichechus manatus) e com isso evitar a morte de
animais da espécie, formando uma rede de
colaboradores-voluntários do Projeto ao longo
do litoral.
De acordo com coordenador nacional do Projeto Peixe-Boi
e chefe do CMA/Ibama, Régis Lima, essas mortes
acidentais são registradas pelo Projeto Peixe-Boi
desde 1993 e de lá para cá o Projeto
conseguiu desenvolver ações pontuais
e temporárias no estado.
Lima explica ainda
que “ainda não foi possível implantar
a Unidade Executora do CMA/IBAMA no Maranhão
conforme as necessidades reais do trabalho que deve
ser desenvolvido neste imenso litoral, que tem uma
das melhores populações de peixe-boi
marinho na costa brasileira, pois a estrutura do
Centro no Maranhão conta apenas com um Analista
Ambiental”.
O Projeto Peixe-Boi
é executado Pelo Centro Mamíferos
Aquáticos/Ibama em co-gestão com a
Fundação Mamíferos Aquáticos
e patrocínio oficial da Petrobrás.
O Maranhão
tem a segunda maior costa litorânea brasileira.
Com 640 km de praias, perde apenas para a Bahia,
neste sentido. Em 1992 uma expedição,
chamada Igarakuê, percorreu 74 localidades,
entre o município de Carutapera e o Delta
do Parnaíba, a fim de verificar a distribuição
e o status de conservação do peixe-boi
marinho na região. Só no estado, a
Igarakuê constatou a presença de cerca
de 100 animais da espécie, dentre os 500
indivíduos que foram estimados para toda
costa brasileira.
Após isso,
foi instalada em 2001 uma unidade executora do CMA/Ibama
no estado. No ano seguinte, foram iniciadas as atividades
de monitoramento de peixe-boi em ambiente natural.
Nestas avistagem foram identificados alguns grupos
de animais interagindo entre si. Eram aproximadamente
grupos de 12 animais na Baia de Tubarão,
de cinco na Baia de São José e de
seis animais na Baía de São Marcos,
as três áreas de maior ocorrência
do peixe-boi no litoral maranhense.
Encalhes – Dentre
as mortes apontadas este ano apenas uma foi resultado
de um filhote recém nascido que encalheu
na areia da Baía de São José
do Ribamar. A carcaça foi levada para necropsia
no laboratório do Hospital Veterinário
da Universidade Estadual do Maranhão.
Como na maioria dos
encalhes esse também é um reflexo
da degradação dos mangues, berçário
ideal dos peixes-bois, por serem lugar de águas
calmas, alimentação farta e oferta
de água doce, mas Josarnaldo Ramos faz uma
ressalva “Aqui no Maranhão, nas localidades
onde há presença do peixe-boi o manguezal
ainda é muito preservado”, ele conclui explicando
que esse é o único caso encalhe de
peixe-boi morto já registrado no Estado.
Ibama/FMA
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Luís Boaventura)