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BRASIL SERÁ QUESTIONADO
EM GENEBRA SOBRE A PROIBIÇÃO
DA ENTRADA DE PNEUS USADOS NO PAÍS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2005
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(18/07/05) – O Brasil
participa no próximo dia 20, em Genebra,
de uma reunião para consultas sobre a restrição
brasileira à importação de
pneus usados. As consultas antecedem o contencioso
da Organização Mundial do Comércio
que o Brasil enfrentará.
A reunião
foi solicitada pelas Comunidades Européias
em função do seu grande interesse
no mercado brasileiro para exportação
de seus pneus usados, pois a exportação
desse tipo de material para países em desenvolvimento
é uma possibilidade que as nações
européias encontraram de se livrar de seus
passivos ambientais.
A reunião
é a primeira etapa do contencioso sobre o
tema na Organização Mundial de Comércio
(OMC). Durante as consultas o país que está
movendo a ação, no caso a União
Européia (UE), e o país que está
sendo questionado, no caso o Brasil, precisam se
encontrar para debater a questão. A UE alega
que a razão pela qual o Brasil proíbe
a importação de pneus é comercial
e não ambiental ou de saúde pública
como foi alegado e o Brasil terá que provar
o contrário.
Segundo Márcio
Freitas, coordenador de Qualidade Ambiental, essa
primeira fase poderia se encerrar na consulta se
uma das duas partes abrisse mão da sua prerrogativa.
“Mas sabemos que a UE não vai aceitar nossos
argumentos e desistir da ação e o
Brasil já está com sua posição
tomada: vai enfrentar o contencioso”.
O Tribunal Arbitral
da OMC é o próximo passo. Nessa fase
o Itamaraty fará a defesa do país
perante a OMC, que por fim decidirá o futuro
da questão. A previsão do Ibama é
que processo leve no máximo dois anos para
ser concluído.
A delegação
brasileira que participará da consulta em
Genebra é chefiada pelo Ministério
das Relações Exteriores e conta com
a presença de representantes do Ministério
do Meio Ambiente, do Ibama, do Ministério
da Saúde e do Inmetro, representando o Ministério
da Indústria e Comércio.
O problema dos pneus
usados
O Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama), por meio da resolução
n° 23/96, veta a entrada ou o depósito
de resíduos estrangeiros em território
brasileiro. O problema é que a resolução
não explicita os pneus usados, o que dá
margem para que as empresas entrem com liminares
na Justiça pedindo autorização
para importar carcaças de pneus alegando
que a prática de remoldagem e venda desse
produto gera emprego e renda para o país.
No final do mês passado o Ibama multou cinco
empresas em quase R$ 15.000.000,00 por essa prática.
Para a Justiça,
as empresas precisam apenas se comprometer em utilizar
as carcaças importadas como matéria-prima
para a produção de pneus reformados,
mas muitas vezes o que acontece é que esse
compromisso não se cumpre e elas acabam vendendo
os pneus usados direto ao consumidor.
Para por fim a esse
tipo de problema, a Câmara de Comércio
Exterior (Camex) encaminhou a Casa Civil uma proposta
de projeto de lei que proíbe terminantemente
a importação de pneus usados.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Telma Peixoto)