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ORGANIZAÇÕES
DA SOCIEDADE CIVIL ENTRAM COM REPRESENTAÇÃO
CONTRA BELO MONTE
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2005
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22/07/2005 - ISA,
Coiab, Greenpeace e Centro dos Direitos das Populações
da região do Carajás entram com representação
na Procuradoria Geral da República contra
a implantação da Usina Hidrelétrica
de Belo Monte no Pará, aprovada pelo Congresso
Nacional em julho.
O ISA, a Coiab (Coordenação
Das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira), o Greenpeace e o
Fórum Carajás entraram ontem (21/7)
com representação junto à Procuradoria
Geral da República contra Decreto Legislativo
nº 788 de 2005, que autoriza a construção
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na chamada
Volta Grande do rio Xingu. ( veja o texto na íntegra).
A autorização foi dada em tempo recorde,
pois foi aprovada em 6 de julho pela Câmara
e uma semana depois pelo Senado, sem que no entanto
tenham sido ouvidas as comunidades indígenas
afetadas, como determina a Constituição
Federal.
Belo Monte faz parte
de um antigo projeto de construção
de usinas hidrelétricas no rio Xingu, as
quais alagariam áreas imensas e modificariam
completamente o rio. Por essa razão há
mais de 17 anos o projeto vem sendo contestado pelas
populações que vivem na região,
como indígenas e ribeirinhos, que serão
diretamente afetados pela construção
da usina, mesmo com a mudança efetuada no
projeto de engenharia pela Eletronorte. Leia aqui
o especial A Polêmica da usina de Belo Monte.
A representação
ao Procurador-Geral da República se baseia
no fato de que o Congresso Nacional autorizou os
estudos sem ouvir as populações que
serão afetadas, entre elas nove povos indígenas,
conforme determina a Constituição.
“A aprovação
pelo congresso nacional foi afobada, não
só por não ter ouvido anteriormente
o que pensam os povos indígenas afetados,
mas também porque já dá carta
branca para a futura construção, sem
sequer avaliar quais serão os reais impactos
socioambientais da obra. Como pode autorizar algo
que não conhece? Deveria haver uma nova avaliação
posteriormente à elaboração
do EIA/Rima, pois do contrário o Poder Legislativo
estará se furtando ao seu dever constitucional
de proteger as terras indígenas contra obras
que venham afetar a integridade de seus recursos
naturais” afirma o advogado Raul Silva Telles do
Valle, assessor jurídico do ISA.
Se
a Procuradoria acatar a representação,
vai ingressar com uma Ação Direta
de Inconstitucionalidade (ADIN) no STF que vai decidir
se é válido ou não.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa