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MINISTRA DEFENDE ALIANÇAS
COM OUTROS PAÍSES APÓS FASE
INICIAL DO PROTOCOLO DE QUIOTO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2005
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26/07/205 – A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje que
é preciso reforçar as alianças
com outros países para o período após
2012, quando termina a primeira fase dos compromissos
firmados no Protocolo de Quioto. Segundo Marina
Silva, é necessário que o Brasil continue
a protagonizar ações para diminuir
as emissões de poluentes e procurar parcerias
com países desenvolvidos e em desenvolvimento.
As declarações
foram dadas hoje, durante o Fórum Paulista
de Mudanças Climáticas Globais e de
Biodiversidade, do qual participaram, além
da ministra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
e o governador paulista, Geraldo Alckmin.
O Protocolo de Quioto
prevê diversos mecanismos entre os países
para diminuir as emissões de poluentes. Um
dos principais é o comércio de créditos
de carbono, pelo qual os países emissores
de gases que provocam o efeito estufa podem amenizar
suas dificuldades para alcançar as metas
de redução desses gases investindo
em projetos com esse objetivo em outros países,
como o Brasil.
Segundo a ministra,
é preciso transformar esses investimentos
para projetos sociais. "Nosso desafio é
balizar o compromisso que o país pode assumir
na redução da emissão de gases
do efeito estufa com os nossos esforços para
a redução da pobreza. A combinação
de todos esses interesses constitui, sim, um desafio
interessante ao qual devemos atribuir a maior importância",
afirmou Marina Silva.
Ela disse que, apesar
de faltarem sete anos para o fim da primeira fase
do Protocolo de Quioto, já devem ser iniciados
os debates sobre o que fazer depois de 2012. "Este
é um momento estratégico em que devemos
aprofundar o debate sobre o que deverá ocorrer
no período pós-2012, reiterando o
protagonismo que tivemos até aqui e reforçando
as nossas alianças com outros países",
afirmou Marina. "Tenho absoluta certeza de
que estaremos sendo capazes de, nesse momento pós-2012,
dar também a nossa contribuição
em aliança com outros países, que
se constitui em uma nova forma de caminhar."
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso criticou a posição
norte-americana em relação ao Protocolo
de Quioto. Os Estados Unidos se recusaram a assinar
o protocolo e continuam a emitir altas taxas de
poluente. "O ideal seria se os Estados Unidos
voltassem à mesa de negociação.
Difícil na situação atual dos
Estados Unidos, com tipo de governo que há
hoje, com o tipo de visão que o governo americano
tem, na sua falta de sentido de responsabilidade
em matéria ambiental, é difícil,
mas ia ser o ideal", disse o ex-presidente,
que participou das reuniões de Quioto em
1997.
Para Fernando Henrique,
o Brasil deve se unir a outros países em
desenvolvimento, como a Índia, e procurar
cooperação com a Europa. "Precisamos
encontrar mecanismos que façam com que a
Europa, ao invés de ficar pregada aos interesses
dos EUA, se desloque na direção dos
nossos interesses. Um país como o Brasil,
um país como a Índia e, eventualmente,
como a China, tem peso nessa matéria na medida
em que eles possam realmente suscitar alguma ligação
mais ativa com os países europeus",
afirmou Fernando Henrique.
"Devemos nos
esforçar para agora, mais do que antes, em
cooperação com a Europa, tratar de
ver se arrastamos a posição do Brasil,
da Índia, se for possível, da China,
para uma posição mais racional que
permita defender nossos interesses. Colocar com
ênfase as questões próprias
nossas de biodiversidade, desigualdade social e
tudo mais", completou o ex-presidente.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Fábio Calveti