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PARCERIA ENTRE IBAMA/AP
E CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL
BENEFICIARÁ ESEC DE MARACÁ-JIPIOCA
Panorama
Ambiental
Macapá (AP) – Brasil
Agosto de 2005
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(08/08/05) - Mais
um importante acordo entre o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) no Estado do Amapá e a organização
ambientalista Conservação Internacional
(CI-Brasil) acaba de ser firmado. Desta vez, a parceria
irá beneficiar a Estação Ecológica
(Esec) de Maracá-Jipioca, única reserva
de proteção integral totalmente inserida
em ambiente de estuário no estado do Amapá.
Apesar de encontrar-se
com a situação fundiária regularizada,
uma equipe técnica formada e com o Plano
de Manejo em andamento, a Estação
apresenta limitações orçamentárias.
Para contornar a situação, a CI-Brasil
liberou R$ 100 mil que serão destinados à
infra-estrutura e às atividades desenvolvidas
pelo Ibama na área, como pesquisa científica,
ações de controle e fiscalização
e projetos de educação ambiental,
por exemplo.
“Em momentos de dificuldades
como os que a Amazônia vem passando, o estabelecimento
de parcerias - como essa com o Ibama-Amapá
- podem ser de fundamental importância no
fortalecimento de ações para a conservação”,
comenta José Maria Cardoso, vice-presidente
de Ciência da Conservação Internacional.
No que se refere
à proteção da Unidade de Conservação,
esse recurso terá importância fundamental.
Algumas das mais significativas e preservadas amostras
de manguezais do estado do Amapá estão
na Esec de Maracá-Jipioca, que sofre bastante
pressão por parte das atividades de caça
e pesca. A procura pelos recursos pesqueiros na
região de entorno da Unidade, por barcos
comerciais de outros estados ou mesmo de países
limítrofes, é intensa. Outro problema
grave é a ocorrência de incêndios
criminosos, iniciados por caçadores, na tentativa
de emboscada da fauna. Para se ter uma idéia,
no ano de 2003, cerca de 30% da área da Estação
– quase 16 mil hectares – foram destruídos
por um incêndio criminoso que durou cerca
de 75 dias. O incêndio foi controlado com
a atuação da equipe de brigadistas
e técnicos do Ibama, auxiliados por voluntários
e pela ocorrência de chuva. Em 2004, graças
ao trabalho preventivo da equipe gestora e brigadistas,
não houve registro de fogo na unidade, resultado
que se espera manter no período de estiagem
deste ano.
A aquisição
de equipamentos e materiais para a construção
da infra-estrutura da Unidade também deverá
ser feita a partir do fechamento da parceria. Com
isso, a execução de projetos de pesquisa
e a continuidade das atividades de proteção
e fiscalização na área serão
viabilizadas, além da execução
de atividades relacionadas à elaboração
do Plano de Manejo, como reuniões com as
comunidades de entorno da unidade e o início
de discussões sobre o zoneamento destas áreas,
por exemplo. “Com a viabilização da
parceria Ibama–CI-Brasil, fortalecemos as ações
de gestão das unidades de conservação
federais no Amapá, com a elaboração
dos Planos de Manejo, considerando que a Maracá-Jipioca
ainda não dispunha de dotação
orçamentária para essa finalidade”,
ressalta Edivan Barros de Andrade, gerente executivo
do Ibama no Amapá.
Esec Maracá-Jipioca
– Localizada no município de Amapá,
em uma área apontada como de alta prioridade
para a conservação da biodiversidade
na região Amazônica¸ a Esec de
Maracá-Jipioca engloba as ilhas Maracá
Norte, Maracá Sul e Jipioca e situa-se estrategicamente
próxima ao estuário do Amazonas.
Com 72 mil hectares,
a região é considerada de extrema
importância biológica devido a suas
zonas costeira e marinha, que apresentam ecossistemas
com elevada vulnerabilidade. A Estação
foi criada em 1981 e possui grande diversidade de
espécies de peixes, caranguejos e camarões,
tendo sido apontada como um dos sítios potenciais
para o estabelecimento de um programa de monitoramento
de aves migratórias no Brasil, projeto desenvolvido
pela Conservação Internacional, em
associação com a Sociedade Brasileira
de Ornitologia, a Sociedade Fritz Muller de Ciências
Naturais e o US Fish and Wildlife Service, dos Estados
Unidos.
Segundo o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC), áreas como a Estação
Ecológica de Maracá-Jipioca têm
como objetivo a preservação da natureza
e a realização de pesquisas científicas,
sendo a posse e domínio públicos.
Nesse tipo de Unidade, é permitida a visitação
pública - somente com objetivo educacional
e de acordo com o Plano de Manejo da área
protegida.
“Esse novo acordo
visa resgatar o modelo de Estação
Ecológica, criado nos anos 70 para fomentar
o desenvolvimento de pesquisas científicas.
A intenção é que essa área
possa receber ainda mais projetos voltados à
pesquisa”, afirma Enrico Bernard, coordenador de
projetos para a Amazônia, da CI-Brasil.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Patrícia Sullivan