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ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
DA BR -163 É REALIDADE NO PARÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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As primeiras equipes
de especialistas do projeto, que reúne instituições
de pesquisa dos governos federal e estadual com
o apoio da sociedade civil organizada, já
estão no campo fazendo as análises
ambientais e diagnósticos socioeconômicos.
Sai do papel o Plano
BR -163 Sustentável, cujo principal objetivo
é o asfaltamento da rodovia, que liga o município
de Santarém (Pará) a Cuiabá
(Mato Grosso), em uma estratégia de desenvolvimento
regional sustentável que promova a inclusão
social e a conservação dos recursos
naturais.
A primeira ação
efetiva desse plano - que está sendo elaborado
por 21 ministérios, sob a coordenação
da Casa Civil da Presidência da República
(Decreto Presidencial de 15 de março de 2004)
e em parceria com os Governos dos Estados do Mato
Grosso, Pará e Amazonas, 62 municípios,
organizações da sociedade civil e
o setor privado - é o Zoneamento Ecológico-Econômico
da área de influência da BR 163, um
instrumento de ordenamento e regulação
do uso racional do território.
A intenção
é coletar e integrar todas as informações,
referentes às potencialidades e limitações
dos recursos naturais e da sociedade, considerando
os cenários socioeconômico e ambiental
da área de influência da rodovia, em
bases geográficas, que servem de base de
negociação entre os agentes envolvidos
com o ordenamento territorial (governo, sociedade
civil e setor privado).
As primeiras equipes
do Projeto ZEE BR 163 já estão no
campo. São mais de 60 profissionais da Geografia,
Biologia, Sociologia, Economia, Geologia, Agronomia
e outras áreas do conhecimento em um esforço
que reúne a Embrapa Amazônia Oriental
(Belém - PA), uma das Unidades da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento;
Também participam
o Serviço Geológico do Brasil (CPRM);
a Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia
e Meio Ambiente (Sectam); o Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM); o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
a Universidade Federal do Pará (UFPA); o
Museu Paraense Emílio Goeldi; a Agência
de Desenvolvimento da Amazônia (Ada); e o
Sistema de Proteção da Amazônia
(Sipam).
Na primeira fase
do Projeto ZEE BR -163 serão atingidos 19
municípios do Pará (Altamira, Anapu,
Aveiro, Belterra, Brasil Novo, Itaituba, Jacareacanga,
Juruti, Medicilândia, Novo Progresso, Placas,
Porto de Moz, Prainha, Rurópolis, Santarém,
Senador José Porfírio, Trairão,
Ururará e Vitória do Xingu). Eles
somam uma área de 318 mil quilômetros
quadrados.
As áreas consideradas
mais polêmicas na execução do
zoneamento são o Vale do Jamanxim (onde está
localizado o município de Novo Progresso)
e Baixo Tapajós (que tem como referência
o município de Itaituba). Isso porque essas
áreas têm fronteiras agrícolas
mais recentes e enfrentam sérios problemas
fundiários.
De acordo com o pesquisador
Adriano Venturieri, da Embrapa Amazônia Oriental,
a polêmica em torno dessas áreas só
será superada com a condução
dos trabalhos articulada com a sociedade civil organizada
e o poder público. Isso está acontecendo
por meio de oficinas realizadas nos municípios
pólo da área de influência da
BR 163.
O primeiro foi no
início desta semana, em Altamira (dias 08
e 09 últimos) e o segundo será realizado
amanhã (11) e depois (12), em Santarém.
Mais de 50 lideranças e representantes do
município estarão presentes ao evento,
que acontecerá no campus da Universidade
Federal do Pará.
O zoneamento vai
indicar as áreas apropriadas para assentamentos
agrários, unidades de conservação
- que podem ser áreas de proteção
ambiental, reservas extrativistas, entre outras.
Na opinião de Julio Miragaya, gerente de
planejamento e gestão territorial do Ministério
da Integração e coordenador da secretaria
executiva do Plano BR 163 Sustentável, é
importante que a população veja esse
trabalho de ordenamento territorial como uma ação
estratégica para o futuro da região.
A intenção
não é restringir o uso das potencialidades
da região, nem retirar as populações
que já residem nos locais ou impor outras
atividades em detrimento das já tradicionais.
Mas o ZEE "é fundamental para a racionalização
da ocupação fundiária",
explica o especialista.
A BR-163 cruza uma
extensa área onde estão representados
os biomas cerrado e floresta amazônica, um
vasto estoque de biodiversidade e quatro imensas
bacias hidrográficas (Teles Pires, Tapajós,
Xingu e Amazonas). A área é dotada
de riquezas naturais abundantes das quais dependem
populações tradicionais, agricultores
familiares e mais de 30 povos indígenas.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa