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ARENITO DO PARANÁ
RECEBE INDICAÇÃO DE MANEJO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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19/08/2005 - A região
do arenito do Paraná, localizada no noroeste
do estado e com grandes áreas de pastagens
degradadas, está ganhando pela primeira vez,
na publicação Indicações
Técnicas para a cultura da Soja, orientações
para o manejo da soja. “É uma região
de grande risco e vai exigir bastante empenho do
agricultor para evitar a degradação
do ecossistema”, avalia Julio Franchini, pesquisador
da Embrapa Soja (Londrina – PR), Unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA).
Julio Franchini,
esteve na coordenação das discussões
sobre este tema, durante a 27ª Reunião
de Pesquisa de Soja da Região Central do
Brasil, que a Embrapa Soja promoveu nos dias 17
e 18 de agosto, em Cornélio Procópio
- PR. A preocupação dos pesquisadores
é fazer com que o manejo da soja na região
seja sustentável econômica e ecologicamente.
“Todos os procedimentos devem considerar a conservação
da matéria orgânica do solo, que tem
grande importância na definição
do potencial produtivo da região e que é
altamente suscetível à erosão”,
explica Franchini.
A indicação
de manejo começa pela adequação
das áreas de pastagens através da
eliminação de tocos de árvores
e trilhas de gado. A nova indicação
também orienta para a correção
do solo no primeiro ano para, em seguida, se iniciar
o sistema de plantio direto. “Os estudos indicam
que, com a aração dessas áreas,
perde-se aproximadamente 10% da matéria orgânica
do solo, o que é um fator bastante crítico
para a região. Com o plantio direto, a capacidade
de armazenamento de água e a fertilidade
do solo são preservadas”, orienta o pesquisador.
Além disso,
a adoção de rotação
de culturas é essencial para a formação
de palhada, o que é uma proteção
contra a erosão. Para a região, é
necessária a produção de, no
mínimo, sete toneladas de palha por hectare
por ano, considerando as safras de verão
e inverno. “Quando essas indicações
não são seguidas, a tendência
é a degradação do solo ao longo
do tempo”, alerta Franquini.
A inclusão
do assunto nas Indicações Técnicas
de 2006 foram bem recebidas pelas cooperativas e
técnicos que já vem desenvolvendo
trabalhos na região. Segundo Joaquim Mariano
Costa, da Coamo, essa indicação trará
benefícios para o agricultor. “Há
mais de dez anos, estamos acompanhando produtores
com sucesso na região. Com as indicações,
esses conhecimentos serão estendidos para
um número maior de produtores o que vai contribuir
para a melhoria da rentabilidade na região”,
avalia.
Costa, no entanto,
faz uma ressalva. “É preciso haver uma alteração
também no zoneamento climático, pois
atualmente, ele não autoriza o plantio de
cultivares precoces, tampouco a semeadura em outubro.
Isso tem impedido que os produtores tenham acesso
ao crédito rural e aos benefícios
de seguro agrícola”. Essa alteração
depende de aprovação do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Carina Gomes)