“A omissão da prefeitura do Rio contribui
para que madeira de origem criminosa continue sendo
utilizada em obras públicas”, diz Rebeca.
“Mais de 70% da madeira amazônica têm
origem ilegal. Esta indústria que atua na
ilegalidade alimenta a destruição
da floresta. Em apenas um ano, 26.130 km2 foram
desmatados – a Amazônia tem pressa, agora
chegou a hora da prefeitura definir se é
parte da solução ou do problema”.
Em julho de 2004, o Greenpeace
denunciou o uso de madeira ilegal na construção
e reforma dos decks da Lagoa Rodrigo de Freitas,
expondo a necessidade da adesão do município
ao programa. Um processo administrativo (número
14/002.348/2004) foi instaurado na prefeitura
da cidade. Neste período, o Greenpeace
manteve contato com o prefeito Cesar Maia e o
secretário municipal de Meio Ambiente,
Ayrton Xerez, incentivando o Rio a se tornar uma
Cidade Amiga da Amazônia.
Em andamento em 12 municípios
brasileiros, incluindo São Paulo (SP) e
Manaus (AM), o programa tem por objetivo a adoção
de leis municipais e mecanismos de controle que
evitam a compra de madeira amazônia de origem
ilegal nas licitações promovidas
pelas prefeituras. De acordo com dados do Imazon
(Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia),
cerca de 70% da madeira extraída da Amazônia
é consumida pelo mercado brasileiro. As
prefeituras utilizam grandes volumes de madeira
em obras públicas e mobiliário.
O Greenpeace iniciou, em julho,
campanha de mobilização junto à
população carioca para pressionar
a prefeitura do Rio de Janeiro a tomar medidas
para proteger a maior floresta tropical do planeta.
Até hoje, cerca de 9 mil mensagens de e-
mail foram enviadas ao prefeito César Maia
solicitando a inclusão do Rio no programa
Cidade Amiga da Amazônia. Além do
ativismo pela internet, foram publicados anúncios
em diversos meios de comunicação.
“O desmatamento da Amazônia
é um problema gravíssimo que deve
ser enfrentado por todos os níveis de governo
e pelo conjunto da sociedade brasileira”, continua
Rebeca Lerer. “A prefeitura do Rio de Janeiro
deve ouvir seus cidadãos e fazer sua lição
de casa, comprando apenas madeira de origem legal
e sustentável”.