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PROGRAMA AGENTE AMBIENTAL
VOLUNTÁRIO É LANÇADO
EM SERGIPE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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(30/08/05) - A diretoria
de Proteção Ambiental (Dipro/Ibama)
lançou na segunda-feira (29/08), em Aracaju
(SE), o Programa Agente Ambiental Voluntário.
O evento reuniu 80 pessoas no auditório do
Instituto Luciano Barreto: lideranças dos
governos estadual e federal, do parlamento, da universidade,
de organizações não-governamentais,
entre outras. O Programa empregará recursos
financeiros e técnicos para favorecer ações
educativas de prevenção aos crimes
ambientais na capital sergipana e na região.
Após o lançamento,
o Ibama deu início à uma oficina de
planejamento, pela qual explica diretrizes da ação
do voluntariado. A oficina, que termina hoje (30/08),
priorizou nos debates a atuação em
comunidades pesqueiras, rurais, quilombolas e indígenas.
Presenças
– Compareceram ao lançamento o gerente local
do Ibama, Márcio Macedo; a representante
da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Gleide
Telles; o superintendente do Incra, Luis Fontenelle,
o representante da Prefeitura de Aracaju, João
Aracaju, a deputada Ana Lúcia; o diretor
de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio
Montiel; a coordenadora do comitê executivo
do Programa, Juliana Simões. Estiveram lá
ainda representantes do INSS, da Universidade Tiradentes,
do Pelotão Ambiental da PM, da Delegacia
de Turismo e das ongs Movimento Popular Ecológico,
Água é Vida e Associação
de Moradores do Robalo (Amor).
Ações
– Os agentes voluntários prestarão
apoio ao Poder Público sergipano em várias
frentes. “O Estado enfrenta hoje problemas de desmatamento,
invasão e assentamento em áreas de
preservação permanente, ocupação
desordenada do litoral, privatização
de áreas públicas, com ocupação
de manguezais e matas ciliares”, explica a coordenadora
do Núcleo de Educação Ambiental
e do Programa AAV, Lídia Maass Reis.
Camarão -
Segundo ela, um dos pontos importantes do Programa
é o respaldo que o Ibama passa a dar a líderes
comunitários que atuam em comunidades distantes.
“Gente que vê rolinha, capivara, jacaré
sendo mortos, para vender na feira. O governo não
tem pernas para ver todos esses crimes e aquelas
pessoas, que vêem e são sensíveis,
podem agora ter participação ativa,
inibindo os delitos”, diz Lídia.
A coordenadora explica
que um dos problemas sérios hoje, na região,
é a carcinicultura (criação
de camarões). “Muitos criadores montam viveiros
naturais em áreas privadas, sem licenciamento
ambiental, e também em áreas públicas
de manguezal e matas ciliares, nas margens de rios,
afetando o ambiente”, denuncia Lídia. Embora
sem confirmação, a mortandade de caranguejos,
que cresceu no litoral sergipano, é creditada
por muitos pescadores e técnicos a produtos
químicos utilizados na carcinicultura.
Treinamento – Em
parceria com entidades locais, o Ibama treinará
e credenciará voluntários pertencentes
às entidades ambientalistas ou a fins, para
colaborarem em atividades de educação
ambiental, proteção, preservação
e conservação dos recursos naturais
prioritariamente em Unidades de Conservação
Federal e Áreas Protegidas. O público-alvo
são comunidades tradicionais e indígenas,
entidades ambientalistas e afins, cooperativas de
pescadores e prefeituras.
Segundo o gerente executivo do Ibama no Sergipe,
Márcio Macedo, o Programa proporcionará,
além do exercício da cidadania organizada,
e da parceria com o Estado, a possibilidade do exercício
do controle social. “O Poder Público descentraliza
ações, chamando a sociedade a acompanhar,
de forma transparente, as providências do
governo”, disse Macedo. Macedo disse que o interesse
das entidades em participar, indicando agentes voluntários,
superou as expectativas. “Prevíramos capacitar
40 agentes ambientais. Mas já estudamos criar
três turmas com 30 agentes cada”, adiantou
o gerente do Ibama.
Como funciona - Por
estar no foco dos problemas, o habitante do lugar
(futuro agente voluntário) pode interferir
diretamente, seja despertando diretamente a consciência
da sociedade, seja mobilizando a imprensa. A educação
é o foco de seu trabalho. “O mais importante
é que a atuação seja preventiva,
que impeça a consumação dos
danos aos recursos naturais”, diz o diretor de Proteção
Ambiental do Ibama, Flávio Montiel.
Como participar -
Para ingressar no Programa, o interessado deve ter
mais de 18 anos de idade, ser vinculado a uma entidade
civil ambientalista ou afim. Precisa ser alfabetizado,
possuir carteira de identidade. A pessoa ou organização
que tiver interesse em participar deve procurar
a Gerência Executiva do Ibama e apresentar
um a proposta de trabalho que será analisada
pela coordenação do Programa no estado,
anexando cópia dos comprovantes de endereço
e o do CNPJ (no caso de empresa/entidade).
Noventa dias após
o curso de formação de Agentes Ambientais
Voluntários, os candidatos aprovados serão
credenciados pelo Ibama e poderão a participar
de mutirões ambientais, de acordo com a Resolução
CONAMA 003 de 1988. Uma vez em campo, o agente deve
portar documento de identificação
e vestir uniforme de identificação.
A primeira credencial vale por seis meses, as demais
por um ano. Se for constatado desvio ético
do agente, sua credencial será cancelada.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Rubens Amador