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SERINGUEIRA É ESTUDADA
COMO ALTERNATIVA DE RENDA PARA ÍNDIOS
DO XINGU
Panorama
Ambiental
Alto Xingu (MT) – Brasil
Agosto de 2005
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A prefeitura de
Gaúcha do Norte (MT), um dos municípios
vizinhos ao Parque Indígena do Xingu, está
propondo aos índios da região o plantio
de seringueiras como forma de geração
de renda para as comunidades, com a venda do látex.
O projeto já conta com apoio de lideranças,
segundo o vereador Tamaluí Mehinaku, e foi
apresentado ao presidente da Fundação
Nacional do Ìndio, Mércio Pereira
Gomes, durante o Kuarup que terminou sexta-feira
na aldeia Ipatse, dos Kuikuro.
Para Mércio,
a princípio, a idéia pode ser uma
boa alternativa. "Os índios estão
dispostos. É muito melhor que pensar num
projeto agrícola com soja ou milho",
diz ele. O presidente da Funai lembra que seria
preciso investir na capacitação dos
índios. Ele conta que, anos atrás,
os Xavante foram beneficiados por projeto semelhante,
com 16 mil mudas da árvore e acabaram inadvertidamente
incendiando na plantação, porque utilizam
o fogo como forma de espantar animais na direção
dos caçadores.
O prefeito de Gaúcha
do Norte, Edson Harold Wegner, também esteve
presente ao Kuarup. Ele conta que agricultores do
município estão adotando a cultura
como alternativa ao cultivo de grãos e já
produzem atualmente 150 toneladas por mês
de látex, faturando R$ 350 mil. Em um alqueire
(4,8 hectares, ou 48.400 m²) de terra, segundo
Wegner, é possível cultivar 1000 seringueiras,
o que rende, segundo ele, R$ 1.300 a R$ 1.800 por
mês, com uma a duas horas de trabalho por
dia. "Nós fornecemos as mudas e damos
assistência com carência de sete anos
para o pagamento pelo serviço, porque a seringueira
demora seis anos para começar a produzir",
explica ele.
Wegner, que é
paranaense de Marechal Cândido Rondon e diz
morar em Gaúcha há 4 anos, conta que
a seringueira tem aparecido como alternativa na
região por causa da queda nos preços
dos produtos de monocultura extensiva, como a soja,
e da rigidez que a fiscalização ambiental
adquiriu de um ano para cá. Outra vantagem
da seringueira, segundo ele, é que uma área
onde se planta a árvore é considerada
reserva legal, pelos critérios da legislação
ambiental.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel