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O ÊXITO DOS MYNKY
NA BUSCA DE ALTERNATIVAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Setembro de 2005
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14/09/2005 - Apesar
dos 34 anos de contato, os Mynky mantêm intacta
a sua cultura, praticando seus rituais originários.
Mas hoje, como vários outros povos indígenas,
já não conseguem sobreviver fisicamente
restritos aos moldes tradicionais. A terra que lhes
foi reservada não permite. Esse fator, no
entanto, não é empecilho. Ao contrário,
tem aguçado a criatividade dos índios.
A revitalização
da prática artesanal é exemplo disso.
Não tendo em suas terras matérias-primas
como o tucum, usado para a confecção
de cordas de rede e trançado de colares,
buscam outras alternativas de subsistência,
e o resultados são surpreendentes.
Estimulados pela
chefe do Posto Indígena Irantxe, Maristella
Aparecida, que também lhes assiste, os Mynky
estão, há cinco anos, produzindo papel
reciclado, feito a partir de fibras existentes na
região e de uso doméstico -como bagaço
de cana, cipó, mandioca e bananeira- e também
de papel inutilizado que recolhem na Administração
da Funai em Tangará da Serra, que é
unido aos materiais silvestres. Para o tingimento,
utilizam o tronco e as sementes da pacova, espécie
de bananeira que não dá cacho e tem
coloração avermelhada.
Com o papel reciclado,
os índios confeccionam cartões, álbuns,
pastas para eventos, caixas para guardar objetos
e porta-retratos. O mais interessante é que
tudo é feito pelas crianças e adolescentes
da aldeia. O material tem boa aceitação
e é vendido em cidades próximas, como
Tangará da Serra, Brasnorte, Cuiabá
e até mesmo no Rio de Janeiro e em Brasília.
Os Mynky já
participaram de dois eventos onde puderam expor
e vender seus artesanatos: em Cáceres, durante
o Festival das Águas, e na Faculdade de Biologia
da Universidade Estadual de Mato Grosso.
As atividades produtivas
dos Mynky não param por aí. Com o
apoio da Funai, que promoveu cursos sobre manejo
e higiene do material, para facilitar seu ingresso
no mercado consumidor, eles iniciaram, em 2003,
a prática da apicultura. Os resultados são
satisfatórios e têm contribuído
em grande escala para a sustentabilidade econômica
da comunidade. Os índios já trabalham
com 54 caixas e produzem, ao ano, cerca 1.200 litros
de mel para consumo próprio e venda. Os recursos
obtidos com a venda do mel excedente são
empregados em benefício exclusivo da comunidade.
A terra Indígena
Menku, totalmente regularizada, possui uma área
de 47.094 hectares e está localizada no município
mato-grossense de Brasnorte. A população
Mynky, que à época do contato era
de 33 índios, constitui-se hoje de 93 indivíduos.
Fonte: FUNAI – Fundação
Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa