|
CRÉDITO CARBONO:
BRASIL TERÁ PRIMEIRO PREGÃO
EM BOLSA DA AMÉRICA LATINA PARA “PROJETOS
LIMPOS”
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Outubro de 2005
|
|
07/10/2005 - Desde
o último dia 15, os projetos brasileiros
que viabilizam a redução da emissão
de gases causadores do aquecimento da atmosfera
(o chamado "efeito estufa") já
podem candidatar-se a receber financiamento internacional
a ser definido em pregão da Bolsa de Valores
do Rio. O banco de projetos que pretendem beneficiar-se
do acordo internacional denominado Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) está sendo organizado
pela Bolsa de Mercadorias & Futuros e é
o primeiro da América Latina.
Com previsão
para entrar em operação até
o final do ano, o pregão da Bolsa do Rio
vai disponibilizar os chamados "créditos
de carbono", permitindo a criação
do chamado Mercado Brasileiro de Redução
de Emissões (MBRE). A iniciativa é
resultado de parceria entre a BM&F e o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior. O banco já tem oito projetos inscritos,
dos quais um já está validado, ou
seja, já recebeu o certificado que possibilita
que ele seja internacionalmente "vendido".
O primeiro projeto
a ser validado foi da empresa Anaconda Ambiental
Empreendimentos e tem como principal objetivo instalar
um sistema de captação de biogás
em um aterro sanitário em Santa Isabel (SP),
incrementando a eficiência da captação
do gás e sua queima total, com a instalação
de um sistema de captação e queima
do biogás (metano) produzido. Os dados sobre
o projeto estão disponíveis no banco,
na página da BM&F na internet.
Com prazo de implantação
de sete anos, o projeto da Anaconda se propõe
a eliminar a emissão de 840 mil toneladas
de gás carbônico (CO²), em 7 anos
– 120 mil toneladas por ano.
Além do Anaconda,
estão ainda em fase de "intenção
de projetos", ou seja, em processo de análise
por parte dos organismos competentes, outros oito
projetos, entre eles, um do Instituto de Pesquisas
Ecológicas (Ipê), localizado no Pontal
do Paranapanema, também em São Paulo,
e que tem como objetivo combinar a restauração
do ecossistema, a conservação de florestas
e o desenvolvimento de atividades florestais e agroflorestais
com vistas à redução de gases
causadores de efeito estufa.
O projeto beneficia
comunidade de 250 famílias de pequenos produtores
rurais assentados pelo programa de reforma agrária
do governo federal e se propõe a remover
o CO² da atmosfera por meio da restauração
de florestas degradadas e da preservação
da fauna e da flora da região.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Nielmar Oliveira