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ESCOLAS INDÍGENAS
CONTRIBUÍRAM PARA RENASCIMENTO DO
POVO MURA
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Outubro de 2005
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02/10/2005 - Levantamento
da Fundação Nacional do Índio
(Funai) mostrou que em 1975 havia no Brasil apenas
91 indígenas da etnia Mura, concentrados
na região de Autazes, no Amazonas. Em 1998,
um mapeamento da Secretaria Estadual de Educação
(Seduc) apontou a existência de 2.579 índios
mura. No ano passado, dados da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa) indicavam que
os mura já eram 5.978 indivíduos."O
povo mura quase foi considerado extinto. Mas por
meio da discussão da escola indígena,
da indentidade, esses povo foi se reconhecendo,
se assumindo", explicou a professora da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam) que acompanha o movimento
de professores Mura, Rosa Helena Dias da Silva.
Existem em Autazes
10 escolas Mura, nas quais estudam 1.055 alunos
da 1ª à 6ª serie do ensino fundamental.
O ensino não é bilíngue, porque
os mura perderam sua língua, mas ainda assim
é diferenciado. "A fisofia que está
por trás do projeto pedagógico dessas
escolas se baseia no debate sobre o que é
ser mura hoje, no orgulho étnico, no ser
comunitário. Por isso, por exemplo, a avaliação
não é competitiva, individualista",
contou Rosa Helena. "Os mura são um
povo que cultiva a liderança, mas baseada
no mérito, não no autoritarismo. Quando
eles organizam algo, falam para a pessoa que está
coordenando: vai na frente, porque você é
o Peara. Peara é como eles chamam o porco
que anda na frente do bando, no qual os caçadores
atiram primeiro. Quando eles acertam, o bando rapidamente
se dispersa, mas logo escolhe outro Peara e muda
de caminho. Os Mura encaram o professor indígena
como uma liderança", completou ela.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi