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ESPÉCIES INVASORAS:
PESQUISADORES PREPARAM BANCO DE DADOS CONTINENTAL
SOBRE O PROBLEMA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005
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05/10/2005 - Organismos
não-governamentais e instituições
das Américas do Sul, Central e do Norte vão
criar uma rede de intercâmbio de informações
sobre espécies invasoras no continente, segundo
informou o mestre em Manejo de Vida Silvestre, pela
Universidade Nacional de Córdoba, Sérgio
Zalba. O projeto, intitulado de I3N, da sigla inglesa
para Inter-American Invasives Information Network,
será financiado pelo departamento de Estado
e Serviço Geológico dos Estados Unidos.
"A idéia
é usar bases comuns de informações
de modo a poder compartilhar informações
da maneira mais direta possível", explica
Zalba. "O tema das espécies invasoras
requer ações muito rápidas.
E a base de dados sempre foi pensada como um meio,
e não como um fim, para conhecer o problema
e para resolver problemas reais na vida real contra
as espécies invasoras. Precisamos compartilhar
todas as informações que temos para
isso."
Dalba conta que já
fazem parte do projeto Argentina, Bahamas, Brasil,
Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, Jamaica,
México, Paraguai, Peru, República
Dominicana e Estados Unidos. Foi por meio do projeto
intergovernamental da rede interamericana, usado
entre 2001 e 2002 na Argentina para a criação
de uma banco de dados sobre espécies invasoras
e trazido para o Brasil em 2003 pelo Instituto Hórus,
que o Ministério do Meio Ambiente realizou
o primeiro levantamento sobre invasões biológicas
no país. Ele está em fase de conclusão
e deve ser apresentado, em versão próxima
à final, no 1º Simpósio Brasileiro
sobre Espécies Exóticas Invasoras,
do qual o professor argentino participa.
De acordo com Sérgio
Zalba, a criação do banco de dados
na Argentina abriu espaço para discussão
sobre o impacto provocado pelas espécies
invasoras naquele país. "Até
aquele momento não havia consciência
sobre a questão. Era um problema de diagnóstico",
comenta o professor.
Segundo ele, ainda
há setores no país que promovem a
introdução de novas espécies
exóticas no meio ambiente como alternativa
à geração de emprego e melhoria
da produção econômica. "Em
muitos casos se ressaltam os benefícios associados
às espécies, mas não se sabem
os problemas que elas podem trazer. Experiências
recentes mostram que ocorreram mais problemas que
benefícios. E ainda há o inconveniente
de que muitas vezes não estamos de acordo
sobre como enfrentar as complicações."
Segundo Zalba, há
na Argentina mais de 300 espécies invasoras.
O castor canadense e o pinheiro são algumas
delas. Os castores são responsáveis
pela derrubada de árvores e pela construção
de pequenos diques e barragens nos rios, que provocam
inundações locais, matando árvores
próximas ao rio: "Eles mudam toda a
dinâmica do ecossistema. Cerca de 95% da Terra
do Fogo tem castores e foi transformada drasticamente".
Já os pinheiros, segundo ele, ameaçam
espécies nativas da flora dos Pampas argentinos.
Sérgio Zalba
ressaltou ainda a necessidade de criar formas de
convivência entre as espécies invasoras
e as nativas para que o impacto seja o menor possível.
Ele lembrou que as espécies exóticas
não reconhecem fronteiras políticas.
"É por isso que o problema tem que ser
enfrentado de uma perspectiva racional e regional.
Um país sozinho não pode fazer praticamente
nada em relação a isso."
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Érica Santana