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AMEAÇADO DE EXTINÇÃO,
PIRARUCU TEM PESCA REGULADA
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Outubro de 2005
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09/10/2005 – A pesca
do pirarucu, prejudicada pela seca que atinge a
região, é controlada desde 1992. O
motivo é o risco de extinção
do peixe. No Amazonas, maior estado produtor, a
pesca passou a ser proibida durante o ano inteiro,
em 1996: o único pirarucu que pode ser comercializado
é o proveniente de áreas de manejo
autorizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"Todo animal
proveniente de área de manejo tem um lacre
com numeração individual. Esse código
é utilizado na emissão da autorização
para transporte (guia de trânsito) e para
venda (guia de comercialização), que
o atravessador e o comerciante solicitam ao Ibama.
Se o consumidor estiver em dúvida sobre a
procedência do peixe, deve pedir para verificar
essa guia", aconselhou Júlio Siqueira,
chefe do Núcleo de Recursos Pesqueiros do
Ibama no Amazonas.
O pirarucu é
um peixe grande, que pode medir até três
metros e pesar 200 quilogramas. Ele respira ar atmosférico
– e é no momento em que vem à superfície
que o riberinho costuma atingi-lo com o arpão.
É também este vira à tona que
permite a contagem dos pirarucus adultos de um lago,
realizada pelos comunitários. "Cada
pescador vigia um pedaço do lago, durante
cerca de 20 minutos. Ele sabe que o pirarucu é
adulto por causa do barulho que faz quando sobre
na água e pela visualização
do lombo do peixe", explicou Ivonei Gonçalves
Costa, supervisor digitador do desembarque pesqueiro
na Reserva Mamirauá. É considerado
adulto o pirarucu que mede pelo menos 1,5 metros
(tamanho mínimo exigido para a pesca), o
que equivale a aproximadamente 40 quilos.
"São
os próprios pescadores que fazem a contagem
e fiscalizam os lagos que solicitam ao Ibama a quantidade
de peixes que gostariam de pegar. A cota, em geral,
é de 30% da população adulta,
para que se tenha segurança de que o estoque
de pirarucus não vai terminar", explicou
Júlio.
Neste ano, por recomendação
do Ministério da Agricultura, o pirarucu
está sendo vendido inteiro pelos pescadores
ou na forma de "charuto" (sem a cabeça
e sem vísceras). "O beneficiamento ocorria
no local da captura: os pescadores cortavam o pirarucu
em mantas na beira do lago, sem as condições
de higiene adequadas", revelou Júlio.
"A manta era mais fácil de vender que
o charuto. Os pescadores agora precisam carregar
o peixe inteiro nas costas, pelos varadouros (caminhos
no meio da mata). Por outro lado, melhorou a qualidade
do produto, e com isso a chance de ganhar novos
mercados", ponderou Luís Henrique.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi