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COMISSÃO ADIA VOTAÇÃO
DE PARECER SOBRE REVITALIZAÇÃO
DO RIO SÃO FRANCISCO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005
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11/10/2005 – A reunião
da comissão especial da Câmara que
analisa a proposta de emenda constitucional para
a criação do fundo de revitalização
do Rio São Francisco encerrou às 16
horas, e o parecer de avaliação do
texto não foi votado. Sem consenso acerca
do relatório apresentado pelo deputado e
relator, Fernando Ferro (PT-PE), a sessão
foi transferida para o dia 27 para que ajustes sejam
feitos ao documento.
Um dos pontos de
divergência entre os parlamentares é
a porcentagem de contribuição de cada
estado para o fundo. "Os estados do Sul acham
que 10% é muito para eles, então teremos
que recompor e redistribuir para estabelecer um
peso a menos para os outros estados", afirma
Fernando Ferro.
O deputado Luiz Carreira
(PFL-BA) afirma ser contra a revitalização,
pois os custos serão da União e não
apenas dos estados diretamente atingidos, que são
sete. "Evidentemente que isso será um
novo conflito federativo", avalia ele.
O relator argumenta
que o rio é um patrimônio nacional
e gera energia para todo país. "Hoje
quando se gera energia no nordeste, ela pode ir
para o Paraná porque o sistema é interligado
então são beneficiados também.
Quem ganha com energia que chega em sua casa lá
no sul deve contribuir também", afirma
ele.
Carreira aponta outros
pontos de discordância, como a definição
de o órgão que será o gestor
do fundo. O relator indica o Ministério do
Meio Ambiente para a função. "Caberia
certamente a outro órgão federal.
Citar na PEC (proposta de emenda constitucional)
qual o órgão limita a ação
do executivo", diz Carreira. "Como se
trata de uma revitalização hidro-ambiental,
na nossa compreensão é lógico
que seja o Ministério do Meio Ambiente",
explica Ferro.
O substitutivo de
Fernando Ferro para a PEC – que tramita no Congresso
desde 2002 – prevê que o fundo seja formado
por 0,2% da arrecadação federal e
10% dos royalties do setor elétrico pagos
como compensação financeira pelo uso
dos recursos hídricos na geração
de energia elétrica. Ou seja, do total pago
pelas empresas do setor pelo direito ao uso da água,
10% serão destinados para o fundo. O deputado
acredita que, com essa composição,
o fundo poderia dispor de R$ 250 milhões
anuais para custear as ações de revitalização
do Rio São Francisco.
Hoje, 90% dos royalties
são distribuídos, igualmente, entre
estados e municípios atingidos por barragens.
Fernando Ferro não vê problemas na
redução desse repasse para estados
e municípios, já que o dinheiro dos
royalties da energia elétrica produzida por
barragens entra na conta única do município
e não existe uma obrigação
legal para que os recursos sejam investidos na recuperação
de matas ciliares, tratamento de água e esgoto
canalizados para seus rios, entre outras ações
de redução dos impactos ambientais.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Michèlle Canes