Estiveram na
cerimônia, realizada no auditório
do jornal, figuras de destaque no meio político,
como Cláudio Lembo, vice-governdor do Estado
e Romeu Tuma, que coordena a comissão de
Educação e Cultura do Senado Federal;
empresários de projeção no
na economia nacional, como Antônio Ermírio
de Moraes e Paulo Setubal, assim como intelectuais
de renome, como o professor Paulo Vanzolini, que
recebeu o mesmo prêmio em 2004.
Recebido pelo presidente
do Conselho do CIEE, Paulo Nathanael Pereira de
Souza e seu presidente executivo, Luiz Gonzaga
Bertelli, Paulo Nogueira-Neto também foi
homenageado pelo anfitrião do evento, Ruy
Mesquita, diretor responsável pelo Jornal
O Estado de São Paulo e por Mário
Amato, ex-presidente da Fiesp e fundador do CIEE.
Na platéia
lotada estavam, ainda, diversos representantes
das indústrias, de entidades ambientais
e ONGs. Paulo Nogueira-Neto declarou-se duplamente
feliz por estar sendo premiado por aquilo que
mais gosta de fazer, que é exercer a função
de formador de diversas gerações
que, segundo ele, têm o privilégio
de representar a elite da causa ambiental.
Apontado como o
criador do conceito que deu origem ao desenvolvimento
sustentável, em todas as declarações
dos oradores, Nogueira-Neto atribuiu parte do
sucesso na sua jornada profissional a opção
pelo diálogo e ao esforço para não
alimentar inimizades. Relatou também situações
paradoxais que viveu como o primeiro Secretário
do Meio Ambiente do governo federal, quando teve
que lidar com o projeto de construção
de oito usinas nucleares, todas projetadas para
serem instaldas em áreas de proteção
ambiental. O exemplo-símbolo da resitência
ao programa atômico brasileiro, a reserva
ecológica da Juréia, segundo o professor
acabou sendo beneficiada pela proposta que acabou
sendo derrubada, mas que contribuiu para ampliar
a área que hoje se mantém como um
dos grandes parques ambientais de São Paulo.
Entre os inúmeros projetos
pelos quais foi responsável, Paulo Nogueira-Neto
criou 23 reservas ecológicas, intercedeu
contra a exploração devastadora
da floresta amazônica e contribuiu para
a criação de programas que buscam
opções para conter o aquecimento
terrestre e para promover o desenvolvimento, sem
acabar com os recursos naturais.
CARREIRA
Titular da cadeira
de Ecologia na Universidade de São Paulo,
entre 1972 e 1988, quando se aposentou, Nogueira-Neto
formou-se inicialmente pela Faculdade de Direito
São Francisco e depois em História
Natural na USP, onde também obteve o doutorado
em Ciências.
Durante diversos
anos de suas atividades acadêmicas deu cursos
sobre o comportamento dos animais sociais, ecossistemas
terrestres e mudanças climáticas,
sendo um dos fundadores do Departamento de Ecologia
Geral no Instituto de Biociências da USP
e um dos pioneiros na área ambiental. Por
sua reconhecida experiência na área,
desempenhou diversas atividades e exerceu cargos
públicos, sendo o responsável pela
criação do sistema ambiental no
País, como Secretário Federal do
Meio Ambiente, no período entre 1974 e
1986. Posteriormente foi nomeado Secretário
do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do
Distrito Federal, cargo que ocupou de 1986 1988.
Chefiou ou participou
de várias delegações oficiais
brasileiras, recebendo a Ordem de Rio Branco e
sendo eleito vice-presidente do Programa "O
Homem e a Biosfera", da UNESCO, por duas
vezes. Recebeu também o Prêmio Paul
Getty, considerado a principal láurea mundial
no campo da conservação da Natureza,
e o Prêmio Duque de Edinburgh, da WWF Internacional,
mantendo-se sempre atuante nos principais movimentos
ambientalistas do Brasil e do Mundo.
Membro do Conselho
Nacional do Meio Ambiente/CONAMA, do Conselho
do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo/CADES,
presidiu também o Conselho de Administração
da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental/CETESB,
do qual é conselheiro desde 1995.