(20/10/05) - A região
de Cumaru do Norte (PA) virou novo pólo
de desmatamento no Pará. Seis fazendas
próximas à Vila Brilhante derrubaram
um total de 27 mil hectares de floresta para
converter em pasto, constataram fiscais do
Ibama, em vistoria no campo nos últimos
dias. Os pontos foram revelados por imagens
de satélites usados pelo Sistema Deter
(Detecção de Desmatamento em
Tempo Real) do Inpe.
Os fiscais notificaram os
proprietários das terras e solicitaram
a apresentação de memorial descritivo
da fazenda, averbação de área
de reserva e autorização para
o desmatamento. Caso não tenham a documentação,
essas pessoas serão multadas a R$ 1.500,00
por hectare desmatado, acrescido de valor
igual se também tiverem queimado a
área.
“Com a pressão da
fiscalização e criação
de unidades de conservação,
o foco do desmatamento se deslocou para Cumaru”,
avalia o chefe do setor de fiscalização
do Ibama/Marabá, Ivan Borel Amaral,
coordenador da operação na região.
Ele calcula que outros desmatamentos pulverizados
na região de Cumaru somarão
mais 10 mil hectares.
Os desmatamentos em Cumaru
ocorrem em propriedades privadas, as terras
são averbadas em cartório com
identificação do proprietário,
tornando a autuação mais rápida.
Uma característica diferente da Terra
do Meio onde 60 mil hectares de florestas
foram derrubadas, desde 2002, dentro de áreas
devolutas ou de unidades de conservação.
O satélite detectava a infração,
mas foi necessário um trabalho de inteligência
para identificar os responsáveis que,
agora, estão sendo multados.
Um deles está preso:
o fazendeiro José Dias Pereira, por
desmatar e queimar uma área de 6.852
hectares. Ele também foi multado pelo
Ibama em R$ 20,5 milhões. Até
o final do ano, a soma das multas já
aplicadas e as que serão cobradas de
outros infratores na Terra do Meio e em Cumaru
deve chegar a R$ 100 milhões.