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EMBRAPA RONDÔNIA PARTICIPA DE PROJETO DO PNUD EM MATO GROSSO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005

21/10/2005 - A Embrapa Rondônia (Porto Velho – RO), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi convidada a participar como parceira do projeto de Conservação e Uso Sustentável das Florestas do Noroeste de Mato Grosso, financiado pelo GEF - Global Environment Facility (Fundo Global para o Meio Ambiente) devido a sua reconhecida experiência em trabalhar com Sistemas Agroflorestais e Agricultura. O convide ocorreu nas reuniões da Iniciativa Amazônia que foram realizadas durante todo este ano.

O Projeto é um mecanismo de cooperação internacional, criado para auxiliar os países em desenvolvimento na implementação de projetos que buscam soluções para as preocupações globais em relação à proteção dos ecossistemas e da biodiversidade. É executado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), e implementado por diversos parceiros da região Noroeste de Mato Grosso, sendo dimensionado seu término para o ano de 2008.

Este projeto de conservação e uso sustentável da floresta tem como um dos seus objetivos, o apoio à agricultura familiar na implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs), bem como, à produção e comercialização de produtos agroflorestais e produtos florestais não madeireiros (PFNM), envolvendo agricultores familiares, populações tradicionais e indígenas, com abertura para possíveis parcerias institucionais nesse campo.

A região Noroeste do Estado de Mato Grosso integra o arco do desflorestamento, caracterizado por um modelo de ocupação pautado em grande parte na exploração florestal de madeira, realizada de forma desordenada e na conversão de florestas em pastagens.

Dados do IBGE(2003) informam que no Estado de Mato Grosso, no ano de 2003, houve uma produção de 331 t de castanha do Brasil, 7 t de óleo de copaíba e 388 t de palmito, entre outros produtos, manejados por populações indígenas, tradicionais e agricultores familiares.

No que se refere à agricultura familiar na região Noroeste, foi observada uma série de experiências de implantação de Sistemas Agroflorestais que incluem várias espécies, como café, pupunha, açaí, urucum, cupuaçu, guaraná, etc, além de uma franca expansão da atividade da apicultura.

Segundo o Coordenador do Projeto para o componente de Agricultura Familiar e Sistemas Agroflorestais, o pesquisador Paulo César Nunes, do escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD/Juruena, esses sistemas de produção instalados possuem baixa capacidade tecnológica e gerencial e pouca ou nenhuma agregação de valor aos produtos, dificultando sua inserção no mercado regional.

Além disso, as associações e cooperativas envolvidas nesses processos produtivos, possuem dificuldade em aglutinar interesses comuns e aproveitar as escassas oportunidades dos mercados e fontes de financiamento.

Nunes destaca que o Projeto tem trabalhado nos últimos três anos em parceria com as associações de produtores rurais e Prefeituras para incentivar a implantação de sistemas agroflorestas, a partir da produção de mudas, acompanhamento no plantio e assistência técnica, envolvendo 500 famílias em 4 municípios, com a distribuição de 423.000 mudas.

Para o próximo período de plantio, durante a estação chuvosa de 2005, o Projeto tem uma previsão de fomentar a produção de 1.000.000 de mudas, beneficiando 700 famílias com a implantação de 900 ha de SAFs.
Além disso, o Projeto tem incentivado a exploração de recursos florestais não madeiráveis, nas áreas de reserva legal dos assentamentos, como castanha do Brasil e sementes agroflorestais para comercialização, e a construção de um banco de dados com informações de todos os componentes do Projeto, para subsidiar as agências implementadoras locais, com informações georreferenciadas sobre as propriedades rurais, numa parceria com doze agências implementadoras desse componente.

Relatou que as maiores dificuldades encontradas para implementar esse componente são: a falta de conhecimentos dos agricultores locais sobre o cultivo de plantas tropicais em sistemas agroflorestais; a baixa diversificação de produção nas propriedades rurais; a carência de assistência técnica; o baixo nível de renda dos agricultores que trabalham com agricultura convencional e o interesse crescente pela pecuária de corte nessas pequenas propriedades.

Os pesquisadores Marilia Locatelli e Rogério Sebastião Corrêa da Costa participaram da elaboração das propostas referente a capacitação sobre Sistemas Agroflorestais, sendo definido a realização de treinamento de 100 técnicos e produtores multiplicadores, elaboração de cartilhas e implantação de 10 unidades demonstrativas.

Segundo Locatelli, a Embrapa Rondônia tem desenvolvido pesquisa com sistemas agroflorestais desde a sua fundação, citando-se como exemplo trabalhos com pesquisa consorciando seringueira com café e com cacau, consórcios de castanha-do-brasil, freijó-louro (Cordia alliodora) e pupunha com cupuaçu em solo de baixa fertilidade, além de vários trabalhos com outras espécies importantes para as regiões tropicais, que podem ser utilizadas em sistemas agroflorestais.

Marília também enfatiza que a Embrapa Rondônia possui profissionais já treinados pelo Centro Internacional de Pesquisas em Sistemas Agroflorestais (World Agroforestry Centre) localizado em Nairobi (Quênia) e com experiências anteriores em treinamentos sobre este assunto.

Para o pesquisador Rogério Costa, o Projeto é de fundamental importância para a conservação da biodiversidade e para a sustentabilidade das florestas do Noroeste de Mato Grosso, e a Embrapa Rondônia tem muito a contribuir com o desenvolvimento e sucesso do Projeto.

De acordo com o pesquisador a Embrapa Rondônia tem realizado importantes projetos com agricultores familiares, ribeirinhos, populações indígenas no Estado, como: Projeto Lago do Cujubim, em Porto Velho, Café Arborizado, em Machadinho e Ouro Preto do Oeste e de Transferência de Tecnologia na área de Fruticultura em especial para os agricultores familiares de Rondônia.

Vários parceiros estão sendo envolvidos na execução e colaboração com o Projeto, entre eles, as Prefeituras Municipais de Juína, Castanheira, Juruena, Cotriguaçu, Aripuanã e Colniza e as instituições Associação Rural Juinense (AJOPAM), Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer-MT), World Agroforestry Centre (ICRAF), Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (CEPLAC/MT), CEPLAC-MT, Embrapa Rondônia e Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

 
 
Fonte: Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Daniela Garcia)
 
 
 
 
 
 

 

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