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ÍNDIOS PODERÃO FAZER CURSO SUPERIOR DE AGROECOLOGIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005

Proposta de curso de agroecologia para índios foi entregue a dois ministérios

21/10/2005 - O Ministério do Meio Ambiente apresentou aos ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário proposta de criação do curso de agroecologia para os índios de Mato Grosso do Sul. Inicialmente seriam atendidos os índios terena e kadiwéu. Segundo o coordenador do programa Pantanal, do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Guilherme Cabral, os índios vão aprender a trabalhar a agricultura sem afetar o meio ambiente e também terão a oportunidade de usar seus conhecimentos tradicionais.

O objetivo é permitir que eles incorporem conhecimentos da agroecologia, para que tenham maior sustentabilidade nessa exploração, além de valorizar alguns conhecimentos. "Alguns valores tradicionais, de forma que eles possam ter uma relação harmoniosa com a natureza e, ao mesmo tempo, conseguir de forma sustentável a sua subsistência, para que não fiquem dependentes de recebimento de cestas básicas do governo", disse.

Cabral disse que a duração do curso será de três anos e meio e a metodologia usada será a mesma já testada com a agricultura familiar, que permitirá aos índios receber as informações teóricas e aplicar na aldeia o que aprenderam em aula. Segundo o coordenador, essa metodologia oferece aos estudantes a possibilidade de testar se o que estão aprendendo é ou não viável. Também permite verificar os problemas que depois são levados para a sala de aula e discutidos com os professores e colegas.

A seleção dos índios para o curso será feita na própria comunidade. "Eles vão passar por uma prova maior, que é a indicação da comunidade. A primeira seleção começa aí", disse. Para Cabral, é necessário que cada participante do curso se comprometa a não abandonar as aulas, a permitir a alternância e a dar continuidade às atividades. "O objetivo é formá-lo para a aldeia. O trabalho dele não é o mercado comum, mas o mercado da aldeia", destacou.

A seleção deve ser feita já no início do ano que vem. Inicialmente serão cerca de 40 alunos. O programa esta orçado em R$ 2,5 milhões que serão arrecadados nos três ministérios envolvidos, no governo de Mato Grosso do Sul e na Funai.

Índios poderão fazer curso superior de agroecologia

21/10/2005 - Índios das tribos Terena e Kadiwéu, que vivem na Bacia do Rio Paraguai, terão a partir do próximo ano a possibilidade de fazer curso superior em gestão socioambiental a partir de
experiências vividas em suas comunidades. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apresenta hoje (21), às 14 horas, ao ministro da Educação, Fernando Haddad, a proposta de criação do curso superior de agroecologia em terras indígenas de Mato Grosso do Sul. A solenidade será realizada no MEC.

A iniciativa, do Programa Pantanal, do Ministério do Meio Ambiente, tem como objetivo a formação de profissionais indígenas utilizando conceitos da antropologia, agroecologia e do
etnodesenvolvimento de acordo com os saberes tradicionais. O curso terá duração de três anos e meio e será realizado pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de Mato Grosso do Sul. As aulas serão dadas em regime de alternância, associando teoria e prática, a partir das experiências cotidianas dos estudantes em suas aldeias.

Para ser implementado, o curso contará com parcerias do Idaterra, governo de Mato Grosso do Sul, ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário, Fundação nacional do Índio (Funai) e Núcleo de Estudos e Pesquisas em Populações Indígenas da UCDB.

 
 
Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Michèlle Canes
 
 
 
 
 
 

 

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