17/10/2005 - A cultura do
dendê no programa nacional de produção
e uso do biodisel vai ser debatida em Porto
Velho - RO de 17 a 19 de outubro. O Seminário
será realizado no auditório
da Embrapa Rondônia (Unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento) das 8h às
12h e das 14 às 17 horas.
O evento tem por objetivo
capacitar técnicos e lideranças
multiplicadores para atuarem no Programa Brasileiro
do Biodisel no Nordeste Semi-Árido
e na Amazônia, executado pela Embrapa
e o Ministério da Integração
Nacional, através da Secretaria de
Políticas e Desenvolvimento Regional.
Estes multiplicadores irão organizar
o processo produtivo do dendê nas regiões
de cultivo e produção sustentável
da cultura e outras oleaginosas.
Durante o seminário,
serão ministradas palestras de pesquisadores
da Embrapa Rondônia (Porto Velho - RO),
da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus
- AM) , do Instituto Militar de Engenharia
e, para falar sobre as perspectivas para a
produção de biodisel em Rondônia,
está confirmada a participação
do Secretario da Estado da Agricultura, Produção
e do Desenvolvimento Econômico e Social,
Luiz Cláudio Pereira Alves.
Segundo o coordenador do
Projeto e, Rosildo da Costa, gerente do escritório
de negócios da Amazônia da Embrapa,
a Empresa tem como meta, transferir a tecnologia
desenvolvida com o dendê para o Norte,
região com maior aptidão para
o cultivo desta cultura.
O Brasil produz cerca de
120 mil toneladas de óleo de dendê,
um terço da quantidade demanda pelas
indústrias de produtos alimentícios,
sendo que o restante é importado da
Ásia.
Com a implantação
do Programa de Biodisel a demanda aumentará
consideravelmente, enfatiza Rosildo, que considera
a cultura do dendê como um grande mercado
para as cooperativas, associações
e produtores rurais.
Produção
Com um potencial de produção
de 5.000 mil litros por hectare/ano, o maior
do mundo, a cultura do dendê apresenta
a cada milhão de hectares da Amazônia
reflorestados com a cultura poderia fornecer
4,5 bilhões de litros. Nas áreas
desmatadas existem mais de 10 milhões
de hectares com potencial para a implantação
de dendê.
De acordo com Rosildo, a
cada 720 mil hectares da cultura permite assentar
140 mil famílias, importante para a
geração de emprego e renda.
Além do aspecto econômico e ambiental,
a agricultura de energia pode também
se tornar uma grande alternativa para a agricultura
familiar.
O dendezeiro é a
oleaginosa tropical de maior rendimento existente,
chegando a produzir 10 vezes mais óleo
do que a soja, 4 vezes mais do que o amendoim
e 2 vezes mais do que o coco-da-baía.
De seus frutos obtêm-se duas qualidades
diferentes de óleos, com usos também
diversos.
O azeite-de-dendê
é extraído da polpa do fruto
do dendezeiro. De sabor doce, cheiro forte
e densa consistência, além de
sua larga aplicação culinária,
esse óleo tem usos na indústria
química e, quando refinado, desodorizado
e branqueado, é também matéria-prima
para a industrialização de maioneses
e margarinas.
O nobre óleo de palmiste,
por sua vez, é produto extraído
da amêndoa do fruto do dendezeiro, tendo
aplicações na indústria
cosmética e na produção
de chocolate, onde pode substituir a manteiga
de cacau, alcançando altos preços
no mercado internacional. No Brasil, atualmente,
as maiores plantações de dendê
estão concentradas no Pará,
no Amazonas, no Amapá e na Bahia.
O seminário já
foi realizado em Manaus e paralelo ao de Rondônia
no estado do Acre, Mato Grosso, Tocantins,
Pará, Amapá e em Roraima. A
programação a do evento pode
ser conferida no site: http://www.cpafro.embrapa.br/manchete49.htm