26/10/2005 - Guarulhos tornou-se o 16° município
a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia.
O prefeito Elói Pietá (PT-SP)
e o diretor de campanhas do Greenpeace, Marcelo
Furtado, assinaram o termo “Compromisso pelo
Futuro da Floresta” nesta quarta, dia 26, em
solenidade no Auditório do Paço
Municipal, com a presença de vereadores,
do secretário municipal de Meio Ambiente
e 140 crianças de escolas locais.
O
objetivo do programa é incentivar
as prefeituras brasileiras a implementarem
leis para evitar o consumo de madeira
amazônica proveniente de desmatamentos
e extração ilegal nas
compras e licitações públicas.
“A idéia do projeto é
valorizar a municipalidade e fazer com
que as cidades passem a exercer um papel
fundamental na defesa da Amazônia”,
afirmou Furtado, durante a assinatura
do termo de compromisso.
A iniciativa de incluir a cidade no
programa partiu de Mônica Lampe,
colaboradora-voluntária do Greenpeace
em Guarulhos. Ela conseguiu envolver
as Faculdades Integradas Guarulhos e
mobilizar cerca de 450 alunos do curso
de Direito. Em junho deste ano, os alunos
percorreram bairros da periferia da
cidade |
coletando assinaturas
em apoio ao Cidade Amiga da Amazônia,
plantando mudas de árvores nativas e
conscientizando a população sobre
a urgência de ações positivas
para a proteção da floresta.“A
cada ano, mais de 60 vezes o tamanho do município
de Guarulhos é desmatado na Amazônia.
Com a assinatura deste termo de compromisso,
acreditamos que nossa atuação
tem que ir muito além dos limites geográficos
de nossa cidade. Devemos nos preocupar com todas
as mudanças ambientais que repercutem
em todos os lugares do planeta, inclusive em
Guarulhos”, disse Elói Pietá,
prefeito de Guarulhos.
A indústria madeireira
é uma das principais forças
de destruição da Amazônia.
Estima-se que mais de 60% de toda madeira
produzida na Amazônia tenha origem ilegal.
O mercado brasileiro consome cerca de 70%
da madeira amazônica e as prefeituras
utilizam grandes volumes em obras públicas
e mobiliário.
“Guarulhos é a segunda
cidade do Estado de São Paulo em número
de população e a oitava economia
do País. Por isso, pode dar o exemplo
de que não basta ficar nas ações
só municipais. É necessário
também pensar sobre a abrangência
nacional dos problemas ambientais”, afirmou
o secretário municipal de Meio Ambiente
de Guarulhos, Alexandre Kise.
Para tornar-se uma Cidade
Amiga da Amazônia, as administrações
devem formular leis municipais que exijam
quatro critérios básicos em
qualquer compra ou contratação
de serviço que utilize madeira produzida
na Amazônia: proibir o consumo de mogno,
uma espécie ameaçada de extinção;
exigir nas licitações públicas
provas da origem legal da madeira; dar preferência
à madeira certificada pelo FSC, um
sistema que garante a origem sustentável
do produto florestal; e orientar construtores
e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis
utilizadas em obras por alternativas reutilizáveis
como ferro ou chapas de madeira resinada.
Outros 15 municípios
já participam do programa do Greenpeace.
Entre eles está Manaus (AM) e, no Estado
de São Paulo, a capital, Botucatu,
Piracicaba, São José dos Campos
e Campinas.