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TURISMO DEVE ALIAR CRESCIMENTO ECONÔMICO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005

25/10/2005 - A 2º Conferência Internacional de Modelagem e Competitividade no Turismo reuniu especialistas das universidades de Nottingham, Gran Canária, Cardiff e Cagliari na discussão de novas teorias acadêmicas voltadas para a sustentabilidade e crescimento do setor. Os trabalhos foram apresentados hoje (25/10) no 2º Encontro Anual do Fórum Mundial de Turismo – Destinations 2005, que acontece no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

A aplicação de teorias da área econômica no setor de turismo marcou todo o debate, mostrando a aproximação entre universidades e investidores em um dos mercados que mais movimenta dinheiro em todo o mundo. A busca por um modelo que alie crescimento econômico, geração de emprego e renda e preservação do meio-ambiente foi um ponto em comum entre os trabalhos discutidos.

“A análise puramente empírica do setor de turismo ficou para trás”, afirmou o professor de Turismo e Hotelaria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luiz Gustavo Barbosa, mediador da conferência. “É importante trazermos uma discussão mais densa e acadêmica para um evento onde o assunto fica restrito às áreas política e social”.

A conferência foi aberta pelo inglês Stephen Wanhill, editor da revista Tourism Ecomics da University of Nottingham, onde também é professor. Ao comentar a competição entre as grandes atrações do mundo, como Disneyland, Torre Eiffel, Cristo Redentor, Torre de Londres, entre outras, Wanhill defendeu a procura por uma melhor “experiência do visitante”. Segundo ele, a atração por si só não sustenta, na maioria dos casos, a ida de um turista a um país.

“Os principais investidores nesse setor são os governos, já que as grandes atrações dos países são em geral museus ou obras que originalmente não foram concebidas para esse fim. Por conta disso, muitas vezes eles esquecem que há competição nesse mercado, e não criam para o visitante um ambiente com infra-estrutura necessária para que ele guarde aquele local na memória”, explicou.

Alívio da pobreza - Turismo e pobreza foram o tema da segunda apresentação, durante a qual o professor Adam Blake mostrou o trabalho Tourism and Poverty Alleviation in Brazil (Turismo e Alívio da Pobreza no Brasil), estudo realizado pela University of Nottingham em Brasília. Ao analisar o crescimento do fluxo de turistas na cidade, Blake apontou melhoras nos índices econômicos de Brasília, o que gerou uma cadeia de investimentos em diversos setores da produção.

“O turismo pode ser um elemento de alívio da pobreza. Digo pode porque o crescimento que ele gera deve ser aplicado em programas que tenham esse fim”, frisou Blake.

Thea Sinclair e Juan Luis Eugenio Martin, também professores da University of Nottingham, deram seguimento ao debate levantando o paradoxo entre turismo e desenvolvimento. “O turismo cresce porque o país se desenvolve ou o contrário?”, desafiou Juan.

“Este é um verdadeiro quebra-cabeça”, brincou Thea. “Levantamos os elementos que estão por trás desse efeito de causa e conseqüência e buscamos um modelo que não aponta um fator como determinante do outro”, detalhou a professora.

A britânica Andrea Collins, da Cardiff University, e o italiano Rinaldo Brau, da University of Cagliari and CRENoS, encerraram a discussão debatendo o turismo sustentável e o impacto deste setor no meio-ambiente. Andrea apresentou o modelo que será usado por Londres nos Jogos Olímpicos de 2012 e mostrou um estudo sobre o impacto ambiental de grandes eventos esportivos. Já Rinaldo Brau apresentou dados de uma pesquisa que aponta a disposição do turista de pagar por conforto, tranqüilidade e segurança no chamado turismo-ecológico.

 
 
Fonte: Ministério do Turismo (www.turismo.gov.br)
Assessoria de imprensa
 
 
 
 
 
 

 

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