(11/11/05) - Entre os próximos
dias 12 e 13 deste mês, acontece em
Itajaí (SC) a quinta edição
do Encontro Nacional sobre Conservação
e Pesquisa dos Mamíferos Aquáticos
(Encopemaq), que reunirá especialistas
da área para debater sobre a conservação
das espécies e de seus habitats. O
evento é organizado pela Sociedade
Latinoamericana de especialistas de Mamíferos
Aquáticos e acontece a cada dois anos.
A palestra de abertura do
encontro ficará a cargo do Chefe do
Centro Mamíferos Aquáticos (CMA)/Ibama,
Régis Lima. No dia 12, ele irá
falar sobre a história da conservação
dos mamíferos aquáticos no Brasil,
desde a época da exploração,
que foi de 1500 até 1970. A partir
daí houve o inicio do movimento ambientalista
e a conservação das espécies
e ecossistemas passou a ser tratado como uma
política publica, baseado em pesquisas
científicas.
Além do chefe, o
executor do CMA/Ibama em Santa Catarina, Júlio
Gonchorosky, também participará
do evento, palestrando, no dia 13, sobre as
redes de encalhe regionais e coordenando uma
mesa redonda sobre o mesmo assunto.
A Fundação
Mamíferos Aquáticos (FMA), ONG
que co-executa o Projeto Peixe-Boi junto com
o Ibama, também participará
do evento através de dois representantes:
o oceanógrafo e conselheiro fiscal
da FMA, Cristiano Leite Parente, e a veterinária
Jociery Vergara-Parente.
Cristiano Parente é
um dos debatedores do workshop, que acontece
no dia 15, sobre impactos da prospecção
sísmica. Este é o terceiro evento
sobre o tema que o oceanógrafo participa.
De acordo com ele, a prospecção
sísmica tem um forte potencial para
causar efeitos adversos nos mamíferos
marinhos e, conseqüentemente, um desequilíbrio
ecológico. “Apesar dos avanços
dos últimos anos, o Brasil está
ainda bastante atrasado em relação
a outros países no que diz respeito
ao estudo dos impactos ambientais da atividade
sísmica”, diz ele.
Já a médica-veterinária
Jociery Vergara-Parente será uma das
debatedoras da mesa redonda sobre a rede de
encalhes regionais. Ela também vai
ministrar um mini-curso sobre manejo de mamíferos
aquáticos em cativeiro, nos dias 13
e 14.
Segundo Jociery, a medicina
veterinária ministrada nas universidades
está muito voltada para áreas
de produção, como a bovinocultura
e de clínica de pequenos animais. “Os
mamíferos aquáticos raramente
são tema de disciplina e o que aprendi
ainda como estudante foi nos estágios
fora da faculdade. Quando cheguei no Projeto
Peixe-Boi tive que estudar muito para poder
clinicar e não cometer enganos”, conclui
ela, que está cursando doutorado na
Universidade Federal Rural de Pernambuco.
No final do mês passado,
Jociery também ministrou um mini-curso
sobre medicina-veterinária em Mamíferos
Aquáticos, durante o III Congresso
e VI Encontro Norte e Nordeste da Sociedade
de Zoológicos do Brasil, que contou,
inclusive com aula prática no CMA/Ibama,
no último dia 29.