12/11/2005 - A Fundação
Nacional do Índio (Funai) pesquisa
atualmente a existência de povos indígenas
isolados em 20 pontos da Floresta Amazônica.
"De 42 pontos, nós temos 22 como
referência já correta e confirmada.
Os outros 20 pontos estão para serem
confirmados através de vôos e
expedições", explica o
indigenista Sidney Possuelo. Ele participou,
em Belém, do 1º Encontro Internacional
sobre Povos Indígenas Isolados da Amazônia,
realizado entre os dias 8 e 11 de novembro.
Ele explica que esses povos
são formados por um número muito
reduzido de índios. "No máximo
teríamos uma sociedade de, nos melhores
casos, 300 ou 400 pessoas que vivem nos lugares
mais ermos da florestas". Segundo ele,
esses povos tiveram no passado muitos conflitos
com não-indígenas, foram recuando
e se escondendo na floresta. Hoje, a localização
dessas comunidades é feita por aviões
ou excursões terrestres.
Possuelo afirma que a proteção
dada pela Funai a esses povos isolados começa
pela preservação do seu primeiro
direito: manter-se isolado. "Ele não
quer contato conosco. Está desanimado.
Toda vez que o branco entrou em contato com
ele foram lutas, mortes, perda de autonomia.
Então, ele se afasta e nós temos
que respeitar esse direito".
Outros direitos dos povos
indígenas estão garantidos,
por exemplo, pelas Nações Unidas,
mas Possuelo avalia que "falta qualificar
melhor e atribuir mais responsabilidade aos
países que têm esses povos".
"Se queremos fazer alguma coisa por eles,
o Estado tem que ir em busca das suas necessidades
e protegê-los".
Ele defende ainda que o
Estado brasileiro garanta o isolamento desses
povos como forma de manter suas tradições.
"O progresso é uma ferramenta
que os atinge naquilo que eles têm de
muito precioso que é sua liberdade,
sua saúde, sua terra e seu modo único
de vida".