18/11/2005 - O Conselho
Nacional de Política Energética
(CNPE) vai se reunir em Brasília, provavelmente
no dia 24 de novembro. O plano de construção
de Angra 3 não está entre os
assuntos a serem discutidos, mas o Ministro
de Ciência e Tecnologia, Sérgio
Rezende, disse ao Greenpeace que pretende
inclui-lo para debate ao final da reunião,
em razão de uma suposta possibilidade
de ocorrer nova crise energética no
Brasil. Essa informação contraria
as declarações públicas
feitas recentemente pelo presidente Lula e
pela ex-Ministra de Minas e Energia e atual
Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff,
que já afirmou diversas vezes que não
há essa possibilidade.
O CNPE, presidido pelo ministro
das Minas e Energia, Silas Rondeau, é
formado por mais seis ministros, além
de um representante da sociedade civil, das
universidades e dos Estados. O conselho vem
discutindo há mais de dois anos a conveniência
da construção de Angra 3. “O
plano de instalação da terceira
usina nuclear brasileira, assim como não
consta da pauta da reunião, deve ser
definitivamente descartado, juntamente com
todo o Programa Nuclear Brasileiro, não
devendo ser incluído na pauta de nenhum
dos encontro do CNPE, a não ser que
seja para ser banido completamente”, afirmou
Guilherme Leonardi, coordenador da campanha
antinuclear do Greenpeace Brasil.
A energia nuclear é
ultrapassada e perigosa, pois expõe
a população a riscos desnecessários
e incalculáveis no caso de mau uso
ou acidentes. As usinas também são
caras e sujas, produzindo lixo radioativo
que permanece perigoso por milhares de anos.
O Programa Nuclear Brasileiro
já custou cerca de 40 bilhões
de dólares ao Brasil, com a construção
de duas usinas nucleares, Angra 1 e 2. Juntas,
elas geram apenas 2% da eletricidade produzida
no Brasil – algo em torno de 1900 megawatts
(MW). A pequena produção e o
alto custo da energia nuclear inviabiliza
ainda mais esta opção, que deve
ser substituída por fontes renováveis,
seguras e limpas. Além disso, a construção
de mais uma usina representa o aumento da
ameaça nuclear à população
e ao meio ambiente.