17/11/2005 - O governo
Lula é o primeiro a discutir as questões
sociais, econômicas e ambientais do
pampa gaúcho, na metade sul do Rio
Grande do Sul, disse hoje (17) a ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva. Ao participar
do 1º Seminário do Bioma Pampa,
na cidade de Bagé (fronteira com o
Uruguai), ela afirmou ainda que "assim
como o cerrado, a caatinga, a mata atlântica,
a Amazônia e demais regiões do
Brasil, o pampa, com suas particularidades,
precisa ser estudado, resguardado e desenvolvido".
Dos participantes do seminário,
a ministra recebeu o documento Uma Proposta
de Desenvolvimento Econômico, Ambiental,
Turístico e Cultural. O Bioma pampa,
que ocupa 63% do território do Rio
Grande do Sul, é tema de debate desde
a última terça-feira (15) entre
a sociedade civil, setores ligados ao meio
ambiente, turismo, agropecuária e economia.
Sobre o projeto de florestamento
da chamada metade sul, proposto pelo grupo
Votorantim para a extração de
celulose, Marina Silva disse que é
preciso antes estudar seus prós e contras:
ao mesmo tempo que trará empregos,
poderá degradar o meio ambiente. "As
ações têm de ser sustentáveis
no âmbito social e econômico",
avaliou.
Segundo a ministra, a questão
deverá ser debatida, em princípio,
por ambientalistas e pelos interessados economicamente
no setor. Mas ela deixou clara a posição
do ministério: "Lutamos para manter
íntegras as áreas ambientais
com especificidades próprias, como
o pampa". E anunciou que já foi
formado o grupo técnico de trabalho
que irá diagnosticar, junto com o governo
estadual e municípios, a situação
desse bioma.
Marina Silva também
assinou com a prefeitura de Bagé um
convênio para a recuperação
do Rio Negro, maior fonte de água do
município e do interior do Uruguai.
E inaugurou o aterro sanitário do município,
localizado a 390 quilômetros de Porto
Alegre, e que conta com recursos do Ministério
do Meio Ambiente.