24/11/2005 - O ministro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Roberto Rodrigues, recebeu hoje uma delegação
de Guiné Bissau, Senegal e Benin. Os
países africanos estão interessados
em conhecer a experiência brasileira
na produção de etanol e iniciar
negociações para assinatura
de um protocolo de cooperação.
Os países africanos
querem estabelecer programas nacionais de
etanol com apoio de organismos internacionais
como a FAO (Fundo das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação)
e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
O ministro de Recursos Naturais
de Guiné Bissau, Aristides Ocante da
Silva, disse que a FAO pode ter um papel importante
no fornecimento de expertise (saber fazer),
na identificação de projetos
de investimentos específicos dos setores
público e privado e no investimento
em novas estratégicas de desenvolvimento
rural.
Ocante afirmou que o África
Ocidental dispõe de terra e condições
climáticas favoráveis ao plantio
de cana-de-açúcar e à
produção de etanol. “Para nós,
seria fazer face ao problema econômico
provocado pelo preço do petróleo
e no combate à pobreza”. Ele acrescentou
que a cooperação com o Brasil
é estratégica. “É uma
oportunidade para o Brasil abrir uma porta
da África Ocidental”.
O ministro Roberto Rodrigues
disse à delegação africana
que embora o Brasil tenha o domínio
na produção de etanol, o importante
é que outros países também
entrem no mercado do biocombustível.
“Queremos transformar o etanol numa commoditie
comercial e com a entrada de outros países
pode haver uma regulamentação
neste sentido”.
Rodrigues solicitou à
delegação a formalização
da proposta de cooperação com
o Brasil junto ao Ministério da Agricultura
e ao Ministério das Relações
Exteriores indicando em que temas os países
africanos gostariam de avançar. O ministro
Aristides Ocante adiantou que será
criada uma comissão para preparar o
documento a ser submetido ao governo brasileiro.
“A formalização ocorrerá
no prazo mais curto possível”, garantiu.
O ministro da Agricultura
ressaltou que com o documento a negociação
terá três desdobramentos: ação
imediata do governo brasileiro em pesquisa;
trabalho conjunto entre o Brasil e a África
para viabilizar o apoios das instituições
multilaterais (FAO e BID), visando financiar
o desenvolvimento dos países; e a criação
de uma Associação de Países
Produtores de Etanol, com padrões baseados
em normas internacionais.
Esta associação,
prosseguiu o ministro, receberia recursos
dos países ricos na questão
dos certificados ambientais. “Penso que o
ambiente de trabalho que pudemos criar é
muito maior e precisamos de definições
para iniciar o programa”, finalizou.