21/11/2005
- As audiências públicas realizadas
nos dias 11 e 18 de novembro, para debater
a minuta do plano de manejo da Área
de Proteção – APA São
Francisco Xavier, contou com a participação
de quase 200 pessoas, entre técnicos,
ambientalistas e representantes de outros
setores da sociedade civil organizada.
CETESB
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As principais sugestões apresentadas
foram em relação ao texto
do decreto e aos limites da APA, mas
quem quiser ainda tem prazo de quinze
dias, a contar do dia 18/11, para encaminhar
suas sugestões por escrito, para
a avaliação do Conselho
Gestor e da Coordenadoria de Planejamento
e Educação Ambiental,
da Secretaria Estadual do Meio Ambiente,
pelo e-mail cplea@cetesb.sp.gov.br ou
para a Av. Professor Frederico Hermann
Jr. 345 CEP 05489-900 A/C da CPLEA.
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CETESB
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Plano de manejo
Localizada no Município
de São José dos Campos, no Vale
do Paraíba, a APA São Francisco
Xavier foi criada pela Lei Estadual nº
11.262/02, conforme preconiza a Lei Federal
nº 9985/00, que instituiu o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação -
SNUC, e o seu regulamento através do
Decreto n° 4340/02. A Secretaria do Meio
Ambiente do Estado - SMA vem desenvolvendo,
por intermédio da Coordenadoria de
Planejamento Estratégico e Educação
Ambiental - CPLEA, atividades para a regulamentação
dessa área de proteção
ambiental, incluindo ações integradas
da administração pública
estadual e municipal e a sociedade civil organizada
para a elaboração do Plano de
Manejo da APA, que contempla o zoneamento
ambiental e a indicação de programas
de ação.
A elaboração do plano de manejo
se iniciou com a formação do
Conselho Gestor da APA, composto por 50% de
membros das entidades da sociedade civil e
50% de órgãos estaduais e municipais,
conforme determina a legislação
estadual e federal. A APA São Francisco
Xavier está localizada no domínio
da Serra da Mantiqueira, região considerada
de extrema importância na preservação
da biodiversidade devido à presença
de remanescentes de Mata Atlântica e
da fauna a ela associada, além de inúmeras
nascentes do Rio do Peixe que drena para o
Rio Paraíba do Sul, importante manancial
regional.
Uma das primeiras ações
da Secretaria do Meio Ambiente foi a formação
de um grupo de trabalho, com representantes
da Prefeitura de São José dos
Campos, entidades da sociedade civil locais
como a SAB - Sociedade Amigos de São
Francisco Xavier, ATUS - Associação
de Turismo Sustentável de São
Francisco Xavier, FADA - Frente Ampla de Defesa
Ambiental, Associação dos Tropeiros
e Violeiros de São Francisco Xavier
e Instituto Muriqui, além de técnicos
da Secretaria do Meio Ambiente. O grupo de
trabalho vai se dedicar à sistematização
dos dados existentes acerca das organizações
da sociedade civil para a constituição
do Conselho Gestor da APA.
Esse conselho foi elito
em 17 de julho de 2004, cuja posse ocorreu
em 14 de agosto seguinte, tendo a seguinte
composição:
Representantes de órgãos
públicos:
- Secretaria de Estado de Meio Ambiente
- Secretaria de Estado de Energia, Recursos
Hídricos e Saneamento
- Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento
- Prefeitura de São José dos
Campos
Representes da sociedade
civil:
- Associação de Turismo Sustentável
- ATUS
- Clube dos Tropeiros e Violeiros de São
Francisco Xavier
- Frente Ampla de Defesa Ambiental - FADA
- Instituto Muriqui
- Paróquia de São Francisco
Xavier
- Sociedade Amigos de São Francisco
Xavier -SASFX
Em junho de 2005, foi realizada
nova eleição para substituição
de uma das entidades da sociedade civil, passando
o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São
José dos Campos a compor a vaga em
substituição à organização
ambientalista FADA.
Os trabalhos
O Conselho Gestor elaborou seu regimento interno
e iniciou uma série de reuniões
para organizar oficinas de planejamento da
APA São Francisco Xavier, passo metodológico
adotado para a elaboração do
plano de manejo, conforme roteiro apresentado
pela CPLEA no livro "APAS - Áreas
de Proteção Ambiental do Estado
de São Paulo" disponibilizado
no site www.ambiente.sp.gov.br. Participaram
dessa atividade membros do Conselho Gestor,
especialistas e representantes da sociedade
local, que contribuíram com seus conhecimentos
na construção da proposta para
a região.
As Oficinas de Planejamento
perfizeram quatro etapas a saber:
1) Informação:
para apresentar dados e informações
sobre a região de trabalho, órgãos
setoriais, universidades, prefeituras, fóruns
regionais, iniciativa privada, ONGs e comunidade
local;
2) Sistematização:
a partir das informações existentes
e do conhecimento prático dos membros
do conselho e colaboradores, nesta etapa foi
efetuada uma leitura da região, em
mapa, apontando potencialidades, vulnerabilidades
e criticidades da APA;
3) Proposição:
com a sistematização elaborou-se
uma avaliação conjunta da região
para serem identificadas as áreas homogêneas,
pontos críticos e potencialidades,
definindo-se um pré-zoneamento;
4) Consolidação:
nesta etapa houve a avaliação
e validação pelo conselho da
proposta de plano de manejo, contemplando
a minuta de legislação que incorpora
o mapa como o zoneamento ambiental e os programas
de gestão, possibilitando tornar pública
a proposta e ampliar a discussão.
Outras atividades incluíram
palestras, produção e distribuição
de material educativo e reuniões informativas
a fim de esclarecer a população
local.
Os levantamentos propiciaram
informações sobre a biodiversidade
da região, mostrando a necessidade
de manter o ecossistema para proteção
do macaco muriqui e outras espécies
endêmicas e ameaçadas de extinção;
a importância da preservação
dos recursos hídricos por ser área
de cabeceiras e de proteção
dos mananciais, para manter a quantidade e
qualidade d’água; e características
sócio-econômicas e culturais,
cuja preservação depende do
desenvolvimento das atividades agrárias
e o incentivo ao ecoturismo e às tradições
dos tropeiros.