(25/11/05) - O Ibama lavrou
15 autos de infração contra
empresas que desenvolvem atividades de mineração
dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra.
“Esta exploração constitui crime
ambiental”, avisa o chefe da Divisão
de Licenciamento e Fiscalização
do Ibama em Minas Gerais, Sebastião
Reis, que participa da Operação
Quartzito montada para identificar os responsáveis
por danos ambientais no parque.
O Plano de Manejo do parque
identificou a região afetada como uma
área de alta relevância ambiental
por apresentar várias espécies
vegetais endêmicas e ameaçadas
de extinção. A região
também constitui importante área
de recarga da bacia do Rio Grande, com presença
de várias nascentes de cursos d’água
que abastecem o reservatório da usina
hidrelétrica de Furnas.
Fiscais do Ibama iniciaram
na segunda-feira a Operação
Quartzito, acompanhados por técnicos
do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM) e da FEAM e da Polícia
Militar do Meio Ambiente. Em campo, apuraram
os impactos da atividade mineraria. Entre
eles: destruição de nascentes,
assoreamento de cursos d’água, supressão
de vegetação em áreas
de preservação permanente, descaracterização
da paisagem natural, disposição
inadequada de rejeitos, formando extensas
pilhas de estéril instáveis
e sem nenhum controle, introdução
de espécies exóticas invasoras
como capim brachiaria, eucalipto e outros.
Além das empresas, a fiscalização
também está alcançando
garimpeiros clandestinos.
O Ibama-MG e o Ministério
Público Federal já pediram ao
DNPM e ao Conselho de Política Ambiental
(Copam) de Mina a suspensão de licenças
concedidas para atividades de mineração
em área do parque, criado em 1972 com
200 mil hectares de extensão.