08/12/2005 – Uma amostra
de milho entregue pelo movimento de agricultores
Via Campesina ao Ministério da Agricultura
no Rio Grande do Sul apresentou 93,5% de transgenia.
O resultado da análise foi divulgado
na semana passada, em Porto Alegre, pelo superintendente
do ministério no estado, Francisco
Signor.
O ministro interino do Meio
Ambiente, Claudio Langone, disse hoje (8)
que o uso de sementes transgênicas de
milho pode ter conseqüências mais
graves que o da soja para a produção
agrícola. "A situação
da soja já trouxe conseqüências
bastantes graves para o Brasil, mas a soja
não é um produto de polinização
direta como é o milho", explicou
ele em entrevista coletiva de rádio.
Cerca de 300 trabalhadores
ligados à Via Campesina haviam realizado
um protesto no ministério, em Porto
Alegre, denunciando a entrada ilegal de milho
transgênico no Rio Grande Sul. Os agricultores,
que foram recebidos por Signor, entregaram
uma carta pedindo ações pelo
fim do contrabando e a punição
dos responsáveis.
Flávio Vivian, da
direção do Movimento dos Pequenos
Agricultores gaúchos, disse também
que, na semana passada, os manifestantes entregaram
sementes de milho compradas em uma agropecuária
no município de Barão do Cotegipe,
no norte do estado.
Segundo ele, "os movimentos
propuseram que o Ministério da Agricultura
realize uma força-tarefa no interior
do estado para investigar as origens das sementes
e onde estão sendo vendidas".
Francisco Signor afirmou
que a questão será levada ao
Ministério Público Federal e
a investigação será entregue
à Polícia Federal.