14/12/2005
- Estudo realizado pela Fundação
Nacional de Saúde (Funasa), entre 2000
e 2004 aponta progressivo controle da tuberculose
nas aldeias indígenas. Desde 1999,
a incidência da doença reduz
a uma taxa de 12,9% ao ano. Os dados foram
apresentados durante a 1ª Oficina de
Mobilização e Avaliação
Nacional do Controle da doença em Áreas
Indígenas, realizada dias 8 e 9, em
Belém.
O evento foi promovido pelo
Ministério da Saúde e pela Funasa,
com objetivo de discutir a ocorrência
da tuberculose nas áreas indígenas
e fomentar estratégias para o Programa
de Controle da doença.A intervenção
para o controle da tuberculose em áreas
indígenas é uma das prioridades
da Funasa. No encontro, foram apresentadas
as atividades e os resultados do Programa
de Controle da Tuberculose entre a população
indígena, no Brasil.
A oficina foi também
uma oportunidade para gestores, profissionais
de saúde e usuários fortalecerem
a prioridade à assistência à
saúde dos povos indígenas. “Estou
muito otimista com esta oficina. Durante a
programação foram passados muitos
esclarecimentos aos povos indígenas.
Assim podemos reivindicar o que é adequado
para nossos parentes”, afirmou o presidente
do Conselho Distrital de Altamira, Joaquim
Curuaia.
A presença de representantes
de todos os setores envolvidos com a saúde
indígena fez desta mobilização
nacional um evento histórico. Participaram
110 pessoas de todo país, entre lideranças
indígenas, especialistas, técnicos
e autoridades locais e nacionais. Durante
o encontro, o Consultor do Programa de Controle
da Tuberculose nas Áreas Indígenas,
Jorge Meireles, foi homenageado pelo Ministério
da Saúde e Funasa. Meireles foi coordenador
nacional do Programa de Controle da Tuberculose
nas Áreas Indígenas em 1999.
Também atuou durante dez anos à
frente da coordenação do programa
no Distrito Federal.
Desafios
A tuberculose continua sendo
a maior causa de morte por doença infecciosa
em adultos. Segundo a Organização
Mundial de Saúde, um terço da
população mundial está
infectada pelo Mycobacterium Tuberculosis,
bacilo causador da doença.
O desafio das ações
do Programa de Controle da Tuberculose é
alcançar as metas estabelecidas pela
Organização Mundial de Saúde
(OMS), de detectar pelo menos 70% dos casos
estimados e curar 85 % destes. “Nessa gestão
o Brasil alcançou a primeira meta,
conseguimos diagnosticar mais de 70 % dos
casos. Temos agora o desafio de aumentar o
número de casos curados, que atualmente
é de 77 %”, disse o Coordenador do
Programa Nacional de Controle da tuberculose
do Ministério da Saúde, Joseney
Santos.
De acordo com os dados do
Departamento de Saúde Indígena
(Desai) da Funasa, a população
indígena brasileira é de aproximadamente
454.000. No Pará, são 18.838
índios. As comunidades indígenas
têm grande vulnerabilidade diante desta
doença, principalmente por causa das
alterações no modo de vida sócio-econômico,
ocasionadas, entre outros fatores, pela degradação
ambiental e empobrecimento destes povos.
Fonte: Funasa