13/01/2006
- A Fundação Nacional da Saúde
(Funasa) está fornecendo cestas básicas
e água e deslocou uma equipe médica
para o acampamento dos índios guarani-kaiowá,
no Mato Grosso do Sul. Há um mês,
após o Supremo Tribunal Federal conceder
liminar que resultou no despejo dos indígenas,
homens, mulheres e crianças estão
desabrigados, vivendo na beira da estrada
que liga a cidade de Antonio João a
Bela Vista.
Dois índios já
morreram na região após o despejo.
O líder Dorvalino da Rocha foi assassinado
na véspera de Natal e uma criança
indígena morreu de desnutrição.
Segundo a Funasa, outras quinze crianças
estão doentes. A equipe médica
enviada ao local é composta por um
médico, um enfermeiro, um auxiliar
de enfermagem e um dentista.
O abastecimento de água
está sendo feito por meio de sete caixas
d’água de 50 litros cada e as cestas
básicas e o leite distribuídos
em ação conjunta com o ministério
do Desenvolvimento Social (MDS). "A gente
busca minimizar efeitos danosos a essas comunidades",
diz o diretor executivo da Funasa, Danilo
Forte.
Ele ressalta que "mesmo
com todos os problemas que a comunidade indígena
passa, os índices de queda da mortalidade
infantil são muito alentadores".
Segundo Forte, em 2002, para cada mil índios
nascidos vivos, 80 morriam. Este número
foi reduzido para 20 em 2004 e para 17 no
ano passado.
O diretor executivo garante
que o trabalho da Funasa vai continuar até
que a situação seja resolvida.
"Eu sou otimista, acho que os agentes
públicos e a justiça vão
compreender o lado humano dessa questão,
de apelo inclusive internacional", afirma.
"Nós estaremos dispostos a acompanhar
e contribuir no que a gente puder para minimizar
esse problema".