20/01/206
- Mesmo com a previsão de uma colheita
de 25 milhões de soja transgênica,
o coordenador da campanha de engenharia genética
do Greenpeace, o engenheiro agrônomo
Ventura Barbeiro garante que os ambientalistas
continuam contrários à liberação
oficial da espécie.
De acordo com o ambientalista,
a soja transgênica foi liberada para
plantio no Brasil "pela via política
e não pela via científica ou
pela via da discussão junto à
sociedade civil". Ele destacou que não
houve "estudos de impacto ambiental nem
dos efeitos na saúde humana".
Ele lembrou também que no Brasil não
existem estudos sobre o assunto e que nos
Estados Unidos, eles provaram uma "tragédia
ecológica".
Ventura Barbeiro explicou
que o Greenpeace é contra a liberação
de transgênicos no meio ambiente porque
"depois você não consegue
retirá-lo facilmente de lá".
"Até o momento não há
nenhuma prova de que a soja transgênica,
ou outros produtos geneticamernte modificados,
sejam essenciais para a humanidade. A experiência
vem mostrando que os transgênicos não
resolveram o problema da fome no mundo".
Barbeiro contesta as previsões
feitas pelos produtores ouvidos durante o
especial "Soja - um grande negócio",
que a Rádio Nacional está apresentando,
de que teremos metade da próxima colheita
só de soja transgênica. "Com
certeza a colheita não será
nem de 20%, porque a produtividade com a soja
transgênica é bem inferior à
produtividade da soja convencional".
O coordenador informou que,
independente da discussão, o Greenpeace
vai reforçar a campanha de fiscalização
da Lei de Rotulagem, que prevê que todo
produto com pelo menos 1% de origem transgênica
receba a marca "T" na embalagem
e todas informações bem visíveis.
"Isso vale, por exemplo, para o óleo
de soja, a margarina ou bolacha que levam
gordura hidrogenada de soja e até o
chocolate que tenha lecitina de soja".