06/02/2006
- O Brasil participou hoje (6), em Dubai,
Emirados Árabes, do último dia
da Reunião Extraordinária do
Conselho de Administração do
Programa das Nações Unidas para
Meio Ambiente, que discute a elaboração
de regras para manejo de produtos químicos.
Entre os vários temas abordados estão
a padronização mundial da rotulagem,
a avaliação de risco de agentes
químicos (causadores de doenças
como o câncer), o intercâmbio
de informações entre países
desenvolvidos e em desenvolvimento, além
da elaboração de planos nacionais
para depósitos seguros de produtos
químicos.
O secretário executivo
do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio
Langone, representou o Brasil e informou,
em entrevista por telefone, que a conferência
está sendo encerrada com um grande
impasse: "Todas as propostas negociadas
não tiveram o mínimo de consenso
por parte dos países ricos. Eles se
recusaram a fazer qualquer acordo de investimento
de recursos para os países pobres desenvolverem
capacidade tecnológica de gestão
desses produtos".
Ele explicou que "se
não tivermos um documento de consenso
agora, o processo se encerra, e nós
vamos ter de recomeçar a discussão
praticamente do zero". E acrescentou:
"Levaríamos mais alguns anos para
chegar no ponto em que se esperava chegar
com essa conferência: mudanças
na administração dos produtos
químicos".
Langone ressaltou ainda
a importância da formulação
estratégica de um regulamento internacional
de produtos químicos para populações
de países pobres. Isso porque, "sem
lugar seguro para deixar os produtos, colocam
a população em situações
de extremo risco". Na opinião
dele, "um regulamento internacional que
disciplinasse a venda de produtos proibidos
reduziria consideravelmente as doenças
causadas pela intoxicação".