16/02/2006
- A entrada em vigor do Protocolo de Kyoto
completa seu primeiro aniversário.
Mas o planeta ainda está em grande
perigo. Só uma redução
mais drástica das emissões globais
de gases de efeito estufa pode evitar um desastre,
o que exige maiores contribuições
de países desenvolvidos e em desenvolvimento
Há exatamente um
ano, o Protocolo de Kyoto entrou em vigor,
após a sua ratificação
pela Rússia. Foi uma importante vitória
para o clima do planeta. No entanto, as metas
assumidas pelos países que ratificaram
o protocolo para seu primeiro período
de compromisso, entre 2008 e 2012, não
são suficientes para estabilizar a
temperatura do planeta em níveis seguros.
De acordo com Carlos Rittl,
coordenador da Campanha de Clima do Greenpeace
no Brasil, o futuro do planeta será
definido nos próximos 10 a 15 anos.
“Se todos os países não ampliarem
suas contribuições no segundo
período de compromisso do Protocolo
de Kyoto, não será possível
controlar o aumento da temperatura média
da Terra. E isso implicará em catástrofes
imprevisíveis, com perdas humanas,
ambientais e econômicas inestimáveis”,
afirmou. “O ano de 2005 foi muito intenso
em furacões, secas, inundações,
ondas de calor e frio. Isto pode ser apenas
uma pequena amostra do que vamos enfrentar
em um futuro não distante”, completou.
As negociações
para o segundo período de compromisso
do Protocolo de Kyoto estão em aberto.
Para garantir um futuro seguro para todos,
é crucial uma maior contribuição
de cada país. Os países desenvolvidos
que ratificaram o Protocolo, e que têm
metas de redução de emissões
de gases do efeito estufa, devem estabelecer
compromissos muito mais ambiciosos para o
segundo período. O maior poluidor do
mundo, os Estados Unidos, tem que assumir
de uma vez por todas sua enorme responsabilidade
em relação ao problema”, ressaltou.
Para o Greenpeace, o Brasil
tem que assumir sua responsabilidade de forma
mais incisiva. “O Brasil, que tem no desmatamento
a sua maior fonte de emissões de gases
de efeito estufa, tem que reduzir o desmatamento,
combatendo a destruição de suas
florestas. Além de manter nossa riquíssima
biodiversidade e o meio de vida de milhões
de pessoas, estaremos ajudando o clima global”,
afirmou Rittl. “Além disso, devemos
aproveitar o imenso potencial de geração
de energia a partir de fontes positivas como
a energia solar e dos ventos, em vez de investir
mais e mais em grandes projetos que não
são seguros, como a energia nuclear,
que causam a destruição ambiental,
problemas sociais, e que acabam gerando mais
gases de efeito estufa, como grandes projetos
hidrelétricos”, concluiu.