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PROJETO APOSTA NA CRIAÇÃO DE ABELHAS, TAMBAQUIS E TARTARUGAS PARA AUMENTAR RENDA DE RIBEIRINHOS

Panorama Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Fevereiro de 2006

17/02/2006 - As 22 famílias envolvidas no projeto "Implantação de bases integradas para proteção do meio ambiente" têm em média 10 integrantes – que, juntos, ganham até dois salários mínimos por mês (R$ 600). Para tentar aumentar essa renda, a Associação dos Produtores Rurais e Criadores de Peixe da Comunidade Coroca (Aprucipesc) está apostando na meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), na criação de tambaquis em cativeiro e de tartarugas.

Foi o que revelou hoje (17) o contador da Aprucipesc, Ivanildo Alves de Souza, em entrevista ao quadro Meio Ambiente , que todas as sextas-feiras vai ao ar no programa Ponto de Encontro , da Rádio Nacional (Amazônia).

Coroca é uma comunidade na zona rural de Santarém (PA), na beira do rio Arapiuns. Da sede do município até lá, há acesso apenas por via fluvial, em uma viagem que demora quatro horas – e que agora pode ser feita no barco da própria associação, com capacidade para 40 passageiros e 15 toneladas de carga. "Antes, a gente dependia dos barcos de linha para transportar a produção, era muito difícil", contou Souza.

A compra do barco ocorreu em julho do ano passado, quando foi iniciado o projeto financiado pelo Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e executado com verba da cooperação internacional. A verba total do projeto é de R$ 568 mil e as atividades vão até março de 2008.

Os moradores de Coroca, em geral, vivem da agricultura e da pesca de subsistência, além da venda da produção e comercialização de farinha de mandioca e artesanato. "Arapiuns é um rio muito limpo, com água bem clara e muitas praias", descreveu Souza. Mas o cenário paradisíaco tem seu lado negativo. "O solo é muito arenoso, ruim para a agricultura. Há poucos plânctons (microorganismos que vivem em suspensão na água), então não tem muito peixe".

"A associação foi criada em 1998 e a gente já estava produzindo e vendendo mel", afirmou o contador. "Mas nesses sete meses de projeto nossa produção já saltou de 150 para 300 litros a cada dois, três meses. E estamos implantando novas colméias". Além disso, em julho, os membros da Aprucipesc deram um curso gratuito sobre meliponicultura, durante três dias, para 38 convidados de sete comunidades vizinhas: Lago da Praia, Arimum, Vila Brasil, Vila Goreti, Ponta do Macaco, Caruci e Vila São Miguel.

A criação de tambaquis em cativeiro, por enquanto, está servindo apenas para o consumo. Mas foram implantados na comunidade 10 tanques com cerca de mil alevinos cada um – o que deverá gerar, em mais alguns meses, cinco toneladas de peixe por tanque. As 3 mil tartaguras (ou tracajás, como são chamados na região) também estão em fase de crescimento – devem medir pelo menos 80 centímetros e pesar três quilogramas para que sejam vendidos. Elas estão sendo alimentadas com uma ração alternativa, feita na comunidade com carcaças de peixe doadas por empresas de beneficiamento de pescado – que são trazidas da sede do município para a comunidade com o barco da associação.

O projeto trabalha também com reflorestamento de áreas destruídas pelo tradicional sistema de queimar a mata para fazer roçado (coivara). Com mudas regionais, as famílias já recuperaram 10 hectares de matas ciliares (na beira do rio Arapiuns e de lagos).

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi

 
 
 
 
 
 

 

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