23/02/2006 - O percentual de praias consideradas
próprias para o banho de mar, durante
todo o ano de 2005, foi de 41%, um aumento significativo
em relação aos 32% registrados
em 2004. Estes números, observados no
trabalho de acompanhamento sistemático
da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
- CETESB relativos à balneabilidade das
praias paulistas, confirmam a tendência
de melhora das condições sanitárias
do litoral do Estado de São Paulo, nos
últimos anos.
José
Jorge |
A
CEAGESP é o maior entreposto
do mundo, produzindo diariamente 100
toneladas de lixo orgânico. Para
evitar o desperdício desse resíduo
a Equipe de Apoio e Reciclagem do entreposto
desenvolveu e passou a produzir ração
animal e adubo orgânico. Os cálculos
indicam que, considerando-se o volume
de resíduos gerados, será
possível evitar a emissão
de aproximadamente 143 mil toneladas
anuais de gases que promovem o aquecimento
do planeta. |
José
Jorge
|
Este foi um dos pontos
abordados, hoje (quinta-feira - 23/2), na apresentação
do Relatório de Qualidade das Águas
Litorâneas do Estado de São Paulo
- 2005, no auditório da Unisantos, em
Santos. A apresentação foi feita
pelo presidente da CETESB, Rubens Lara, seguindo-se
a palestra técnica da gerente do Setor
de Águas Litorâneas, Claudia Lamparelli.
Estiveram presentes ainda o pró-reitor
comunitário da Unisantos, Claudio José
dos Santos, e secretário do Meio Ambiente
da Prefeitura de Santos, Flávio Rodrigues
Correia, além do diretor de Engenharia,
TEcnologia e Qualidade Ambiental da CETESB,
Lineu José Bassoi, e os gerentes do Departamento
de Tecnologia de Águas Superficiais e
Efluentes Líquidos e da Divisão
de Qualidade das Águas da CETESB, respectivamente,
Eduardo Mazzolenis e José Eduardo Bevilacqua.
Segundo o relatório,
o Litoral Norte, onde são monitoradas
75 praias, com 81 pontos de amostragem, é
onde se concentra a maioria das praias de
boas condições de balneabilidade
no Estado. Elas localizam-se preferencialmente
nas porções mais distantes dos
centros urbanos. Em 2005, o Litoral Norte
apresentou 13% de praias consideradas de excelente
qualidade, correspondendo à somatória
das praias ótimas e sistematicamente
boas. Além disso, do total avaliado,
42% foram consideradas com boa qualidade,
perfazendo 55% de praias que permaneceram
próprias o ano inteiro, nessa região.
De um modo geral,
comparando-se 2004 com 2005, houve uma melhora
nessa porção do litoral.
Entre as praias que apresentaram
qualidade excelente o ano todo, estão:
Vermelha do Norte, em Ubatuba; Capricórnio,
em Caraguatatuba; e Guaecá, Boiçucanga,
Baleia, Preta, Juqueí e Boracéia,
em São Sebastião.
Já nas regiões
da Baixada Santista e Litoral Sul, em que
59 praias são monitoradas pela CETESB,
através de 73 pontos de amostragem,
este percentual de praias próprias
durante o ano todo de 2005 cai para 25%. As
melhores praias localizam-se principalmente
nos municípios de Bertioga, Guarujá,
Iguape e Ilha Comprida, nos extremos para
o norte e para o sul, partindo-se da região
central, em Santos, que apresenta grande urbanização
e se encontra mais próxima da capital
do Estado. Apesar das condições
mais desfavoráveis, em relação
ao Litoral Norte, também aqui foi observada
uma melhora de 2004 para 2005, com o aumento
de praias consideradas boas e ótimas.
Observando-se a evolução
da qualidade das praias em um período
de tempo maior, desde 1995, nota-se que existe
uma tendência de melhora ao longo dos
anos, provavelmente em função
de investimentos em saneamento básico,
apesar de variações entre um
ano e outro. Isso mostra que as condições
de balneabilidade são fortemente influenciadas
pela quantidade de chuva e pela presença
da população no litoral, seja
fixa ou flutuante.
Praias impróprias
Também registrou-se
que ao longo dos dois últimos anos,
houve mais praias impróprias em 2004
do que em 2005, com picos que chegaram a ter
40% de praias impróprias, situação
que não ocorreu no ano passado.
A flutuação
do número de praias impróprias
em 2005 seguiu um padrão mais típico,
com maior porcentagem de praias impróprias
nos meses mais quentes e mais chuvosos. Já
no ano anterior, essa distribuição
sofreu maior variação em função
de picos de chuva ocorridos durante o ano,
em abril, julho e setembro.
Apesar disso, ao se analisar
apenas os meses de janeiro e fevereiro, nota-se,
pelas porcentagens médias mensais,
que houve um maior número de praias
impróprias em 2005, em relação
ao ano anterior. Essa diferença pode
ser explicada pela quantidade de chuva, que
foi muito menor em 2004.
Avaliando-se desse modo, os meses de verão
e férias, observa-se que a porcentagem
média de praias impróprias em
janeiro de 2004 foi inferior a 15%, bem abaixo
de 2005, quando atingiu 25% - a média
diária de chuva no litoral em janeiro
de 2004 foi de 50 mm, enquanto que em 2005
superou os 80 mm.
Em termos regionais, as
praias que estiveram impróprias em
alguma ocasião, em 2005, no Litoral
Norte, representam 36%, sendo que 9% foram
consideradas más, de qualidade sanitária
comprometida.
Na Baixada Santista, em
função da grande urbanização
e proximidade com a capital, a maioria das
praias avaliadas apresenta condições
de balneabilidade não adequadas. Em
2005, 60% dessas praias foram consideradas
regulares e 15%, más, o que significa
que 75% delas apresentaram pelo menos uma
situação de impropriedade no
ano. Nota-se, ainda, que os municípios
de Santos, São Vicente, Praia Grande
e Mongaguá não apresentaram
nenhuma praia própria que permanecesse
nessa condição o ano todo.
Cursos d´água
Em 2005, foram amostrados
cerca de 440 cursos d´água, em
cada semestre. Isso representa 73% do total
cadastrado. Muitos deles, por serem intermitentes,
encontravam-se secos no momento da amostragem.
Do total avaliado, em cada campanha, 27% atenderam
ao padrão da legislação,
que é de 1.000 (NMP) coliformes termotolerantes
em 100 ml de água, no primeiro semestre,
e 36% no segundo semestre. Os resultados registrados
em 2005 foram um pouco melhores que em 2004,
embora bastante similares. O atendimento à
legislação variou de 0 a 79%,
sendo que a região menos favorecida
foi a parte central da Baixada Santista.
Qualidade das praias
paulistas é monitorada “com muita qualidade”
O Brasil tem belíssimas
praias em toda sua costa, sem dúvida,
e as do Nordeste, ou de Santa Catarina e do
Rio, por exemplo, são bastante famosas
e visitadas por turistas do mundo inteiro.
Mas as praias paulistas, entre as quais há
muitas igualmente apreciadas, apresentam algumas
peculiaridades, que as tornam ainda mais atraentes,
ou, poderíamos até dizer, "mais
confiáveis", do ponto de vista
de saúde pública.
Ocorre que o Estado de São
Paulo tem, se não o mais antigo, um
dos mais antigos e, com certeza, o mais bem
estruturado e amplo programa de monitoramento
sistemático da qualidade das praias,
ou seja, a condição da balneabilidade,
indicando se a praia está própria
ou imprópria para o desejado banho
de mar.
Desde a década de
70, a CETESB, a agência ambiental do
Estado de São Paulo realiza esse monitoramento.
As coletas são feitas, ao longo de
todo o ano, uma vez por semana, aos domingos,
dia de maior movimento em qualquer praia.
No período de verão ocorre uma
intensificação nas amostragens,
ou seja, em algumas das praias cujas classificações
sofreram mais alterações ao
longo do ano, a CETESB realiza amostragens
3 vezes por semana.
A qualidade é estabelecida
com base nos critérios fixados pela
Resolução 274/00, do CONAMA
(Conselho Nacional do Meio Ambiente), que
define a classificação das águas
destinadas à recreação.
Para proceder a essa classificação,
são utilizados os resultados das últimas
cinco semanas.
Se apenas uma amostragem,
das cinco, registrar um resultado acima do
limite fixado por lei, a praia ainda é
considerada própria, por este único
resultado anormal não configurar uma
situação de risco à saúde,
em vista do conjunto das cinco amostragens.
Porém, se já em duas semanas,
das cinco, apresentarem-se resultados superiores
ao limite, a praia já é considerada
imprópria.
As praias podem ficar impróprias
também em função de outros
problemas, como presença de óleo,
que vem de vazamentos e acidentes com navios,
e de ocorrência de marés vermelhas
e floração de algas tóxicas,
e ainda quando houver surtos epidêmicos
de doenças de veiculação
hídrica, para que o sinal vermelho
seja dado imediatamente, por precaução.
A indicação
da impropriedade do banho do mar alerta para
que o usuário evite o contato com a
água, afastando o risco dele contrair
doenças, como gastroenterites (mais
comum), hepatite A, cólera, dermatoses
e outras.
Mas tudo isto está
previsto na lei federal de 2000, que portanto
tem de ser obedecida em todo o território
nacional. As vantagens que o banhista desfruta
nas praias paulistas podem ser resumidas na
sólida, ampla, abrangente e muito bem
montada estrutura de monitoramento.
São, atualmente,
154 pontos de amostragem, distribuídos
ao longo dos 427 quilômetros do litoral
paulista, abrangendo 134 praias, de maior
frequência, entre outras características
levadas em conta. Em média, um ponto
a cada 1,5 quilômetro é monitorado.
As análises são realizadas nos
próprios laboratórios da CETESB,
que desfrutam de respeitabilidade nacional
e internacional. São cerca de 600 análises
mensais, sendo que esse número se eleva
para 900 nos meses de verão, totalizando
8 mil análises anuais.
Os resultados são
imediatamente divulgados, incluindo a disponibilização
dos dados no site da agência ambiental
- CETESB; a informação dada
por telefone, através de ligação
gratuita pelo número 0800-113560; a
divulgação maciça feita
pelas rádios, tevês e jornais;
e a própria sinalização,
por bandeiras - vermelhas (impróprias)
e verdes (próprias) - , instaladas
nas praias, exatamente em frente ao local
onde é colhida a amostra de água
do mar. Sem contar que o boletim de balneabilidade
é enviado para todas as prefeituras
do litoral, órgãos de saúde
e meio ambiente, e até serviços
de turismo.
Com todo esse aparato, abrangência
e divulgação, não é
surpresa que a agência ambiental seja
assiduamente procurada, principalmente nas
vésperas de fim de semana e feriados,
e nos meses de verão, pelos jornalistas
- que procuram orientar seus leitores, ouvintes
e telespectadores, para as condições
das praias - , como também pelos usuários
os mais diversos, que têm intenção
de se valer das informações
produzidas pela CETESB para, por exemplo,
usá-las como referência na hora
de alugar uma casa de veraneio para passar
uns dias com sua família e amigos em
tal praia, e mesmo fechar um negócio
de compra ou venda de casa ou estabelecimento
comercial em determinado ponto do litoral.
Há que se lembrar,
finalmente, uma outra particularidade de São
Paulo, que faz crescer ainda mais a importância
de se conhecer bem a balneabilidade de suas
praias. Enquanto as capitais e mesmo regiões
mais urbanizadas e adensadas dos outros Estados
se localizam na própria costa litorânea,
os paulistanos e a maioria dos "outros
paulistas" precisam enfrentar uma viagem
- dependendo, mais ou menos longa - para ter
acesso aos municípios do litoral e,
muitas vezes, perdendo horas em intermináveis
congestionamentos e, por isso mesmo, tendo
que ter uma boa idéia do que vai encontrar
na praia de sua preferência.
Tudo isso permite ao banhista
que se dirige às praias do litoral
paulista ter uma ampla, atualizada e bem embasada
quantidade de informações, para
bem decidir ou se orientar e se prevenir,
e, claro, desfrutar melhor suas merecidas
férias de verão.
Como é realizado
o monitoramento e produzido o boletim
O monitoramento é
realizado através de coletas semanais,
de água do mar. Todos os domingos,
seis técnicos percorrem o litoral para
a realização das amostragens.
A amostra de água é colhida
no mar na profundidade média de 1 metro,
onde encontra-se a maioria dos banhistas.
As amostras de água
são encaminhadas para análises
microbiológicas para a determinação
de enterococos que são indicadores
de poluição fecal.As análises
são realizadas nos laboratórios
de Cubatão, para as praias da Baixada
Santista e Litoral Sul, e em Taubaté,
para as praias do Litoral Norte.
Os dados são todos
encaminhados e reunidos no Setor de Águas
Litorâneas, da Divisão de Qualidade
das Águas da CETESB, na sede em São
Paulo, no bairro de Pinheiros. Com todos os
dados, esse setor emite, toda quarta-feira,
o Boletim de Balneabilidade das Praias Paulistas,
sendo imediatamente disponibilizado na internet
(entrando pelo item Água, na página
inicial; em seguida, no mapa de qualidade
das praias, basta clicar no nome do município
e a listagem de praias aparece com as bandeiras
vermelhas e/ou verdes), além de impresso,
em cores, e distribuído internamente,
incluindo a Assessoria de Comunicação,
que por sua vez também se encarrega
de produzir a gravação para
o 0800-113560.
Além disso, os dados
são repassados às agências
do litoral, que providenciam as trocas, quando
necessário, das bandeiras fixadas nas
praias, com as indicações de
"própria" ou "imprópria",
lembrando, ainda, que, durante os meses de
janeiro e fevereiro, quando ocorre a intensificação
das amostragens, esse trabalho é realizado
três vezes por semana (as coletas são
feitas aos sábados, domingos e quartas-feiras;
e os boletins são emitidos e divulgados
aos domingos, terças e quintas-feiras).