22/02/2006
- A Câmara Setorial do Milho, Sorgo,
Aves e Suínos aprovou ontem (21/02)
a proposta de criação de uma
linha de crédito para investimento
em obras que diminuam o impacto ambiental
de dejetos oriundos de criatórios de
suínos. A proposta segue agora para
a Secretaria de Política Agrícola
do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) que posteriormente
submeterá o documento ao Conselho Monetário
Nacional.
A proposta de linha de crédito
foi encaminhada à câmara por
meio de Nota Técnica elaborada pelos
ministérios da Agricultura, Meio Ambiente
(MMA), Desenvolvimento Agrário (MDA)
e Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC). A nota sugere a criação
de uma linha de crédito a juro zero
e prazo de amortização de até
dez anos para que produtores invistam em ações
de correção ambiental sem comprometer
a capacidade de pagamento.
“Além da falta de
retorno econômico no curto prazo, a
estreita margem operacional, que caracteriza
a matriz econômica da suinocultura,
é também fator decisivo, pois
inibe os investimentos em processos e equipamentos,
comprometendo o custeio das tarefas ambientais,
acumulando, ao mesmo tempo, passivos ambientais
difíceis de serem resolvidos”, justifica
o texto do documento.
A nota técnica faz
também um alerta sobre o risco de contaminação
do solo, dos mananciais naturais de água,
do ar e da saúde da população
em virtude do crescimento da emissão
de dejetos resultantes da criação
industrial de porcos.
De acordo com o documento
elaborado pelo Mapa, MMA, MDA e MDIC, os problemas
oriundos do manejo incorreto dos dejetos de
suínos têm sido apontados como
limitador das exportações do
produto e, se não resolvido, poderá
se tornar uma barreira “técnico/ambiental”
às exportações brasileiras.
Em 2005, a Região
Sul foi a principal produtora nacional de
carne suína, seguida na ordem das Regiões
Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A
estimativa para 2006 é que este ranking
seja mantido, onde os estados de maior produção
são: SC, RS, PR, MG, SP, GO, MT e MS.
Estima-se que no Brasil
existam cerca de 30 mil estabelecimentos suinícolas
voltados para a produção industrial
(tecnificados). Neste número não
estão considerados os estabelecimentos
que produzem suínos apenas para subsistência
ou que atuam marginalmente no mercado, com
pouca inserção na cadeia produtiva.
A partir de levantamento
realizado em 2005 pela Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
calcula-se que o Brasil tenha um rebanho de
2,3 milhões matrizes, destes, 1,4 milhão
de animais fazem parte do rebanho industrial.
O volume de abate anual pode ser um bom indicador
para o rebanho total, correspondendo a cerca
de 34 milhões de cabeças, sendo
28 milhões do rebanho industrial.