09/03/2006
- O atual modelo de exploração
da terra resultou em degradação
ambiental, pobreza, fome e escravidão,
afirmou hoje (9) Roberto Kiel, diretor do
Incra (Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária), durante debate
sobre os caminhos para tornar o desenvolvimento
rural e a reforma agrária um processo
sustentável, na 2ª Conferência
Internacional de Reforma Agrária e
Desenvolvimento Rural. "Esse modelo está
esgotado e precisa ser repensado", acrescentou.
Na opinião de Kiel,
não existe uma fórmula finalizada
de desenvolvimento rural que pode ser pensada
para o Brasil e aplicada em todo o país:
"Existem muitas diferenças e elas
têm que ser contempladas em qualquer
proposta séria".
Já para Pedro Ivan
Christoffoli, da Confederação
das Cooperativas de Reforma Agrária
do Brasil (Concrab), existe confusão
na sociedade brasileira acerca dos modelos
de agricultura. Ele afirmou que a mídia
é conivente com o agronegócio,
não retratando seus efeitos negativos
para o meio ambiente, por exemplo.
Christoffoli destacou que
o novo modelo sustentável ainda está
em construção, mas que já
existem iniciativas em curso em assentamentos.
"Esse é o nosso desafio, de pensar
uma agricultura sustentável, que não
envenene os rios, os alimentos, o ar. Isso
é possível e já está
sendo feito em assentamentos da reforma agrária,
inclusive", disse.